Fala-barato

Fala-barato
This is not a parrot

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

"Get a life!!"

Ao ver as reacções ao video da Coca-Cola, cujo único objectivo é criar um laço emocional com a marca para gerar mais vendas, chego á conclusão de que deve ser mesmo triste ser Português.
O video, para quem não viu, resume-se a fazer uma série de comparações entre aspectos negativos e positivos da sociedade, tentando passar uma mensagem de positivismo ás deprimidas massas de consumidores.
Pois logo nos dias que se seguiram à sua exibição na TV, surgiram "cópias" do mesmo video quer denegrindo a imagem da marca, quer fazendo comparações entre os aspectos negativos da mensagem e outros ainda mais negativos sobre Portugal.
Não estou a dizer que seja incorrecto, mas mostra acima de tudo a maneira de estar deste povo, que perante uma mensagem que procura um estimulo positivo, a primeira preocupação é, utilizando uma estratégia de contra-informação, tentar liquidar a positividade da mensagem.
Sabendo quem normalmente está por detrás destas acções de guerrilha comunicacional, chego á conclusão que para determinados grupos de intervenção social, o que interessa mesmo é ter o povo deprimido.
Pois não contem comigo. Gostei imenso do video da Coca-Cola e partilhei-o nas redes sociais logo na noite de Natal, assim que o vi pela primeira vez.
Quanto às restantes cópias manhosas e aos seus "realizadores" só lhes digo: "Get a life!!!"

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Sempre aquém do esperado!!

Ao ver o noticiário de hoje, a pivot da SIC anunciava assim a noticia sobre a comunicação de Natal do Primeiro Ministro:

"A oposição acha que a comunicação ao País do PM, ontem, ficou aquém do esperado"

Mas isso é alguma surpresa?
Mesmo que o PM tivesse dito que os Portugueses não pagariam mais impostos, que o Estado suportaria todas as despesas de saude, educação e afins, que não haveria avaliações na Função Pública, que não se cortariam os benefícios das empresas públicas, mesmo assim a comunicação ficaria sempre aquém do que a oposição esperaria!

Além da oposição, também os comentadores políticos - mesmo os que criticavam a forma de "comunicação positiva" do anterior executivo - acham que de todas as vezes que este PM fala ao País, fica aquém do esperado.

Já pensaram que se calhar é por ele dizer a verdade?
E que a verdade por vezes custa a ouvir?
E que a maioria dos portugueses estava farta de mentiras?

Imagino que este meu comentário, para algumas pessoas, irá ficar aquém do esperado....

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

A Alma não é corrupta.

De Corruptione, um apontamento.

"Na palavra "corrupção" parece haver um consenso geral quanto à ideia de degenerescência, retrocesso ou decadência. No entanto, no seu significado primevo, a palavra aparece como sinónimo de uma fase de um ciclo de  uma vida (animal ou vegetal) que se encaminha irreversivelmente para o seu fim, para a morte física. Por outro lado, essa mesma degenerescência parece fazer parte de uma dependência determinista, de uma Natureza que pode ser Divina, e em que não se conhece bem a linha onde esta degenerescência começa ou acaba. Assim é a corrupção humana, a dificuldade em definir essa linha entre o podre e o maduro, é uma premente questão dos homens, em que bastas das vezes, só pode ser provada pela experimentação. Para outos animais como os insectos, imunes aos butritos e bactérias que parasitam, a fase da putrefacção será eventualmente preferível. A queda Moral que determina na conceptualização dos homens, como algo de mau ou indesejável, e que atravessa uma zona cinzenta,  é também uma construção muito própria, que se edificou através dos séculos. Este fruto decadente, não serve ou pode não servir as necessidades de um humano. Este estádio não passa de um estádio em que o fruto está maduro, e que portanto está óptimo para o fim a que se destina, a Vida, para um estado de impróprio, nocivo e eventualmente letal quase imediatamente no momento seguinte. "

In "DeCorruptione", por Gabriel Maria

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Muito Obrigado!!!

Na passada 3ª feira, alguém recebe aquilo a que algumas pessoas chamam a chamada telefónica que pode mudar uma vida.
A pessoa em questão estava calmamente a preparar-se para almoçar, quando o telefona toca. Atende e do outro lado surge uma voz familiar que em inglês com sotaque italiano convida a pessoa a assumir uma função de relevo na estrutura da empresa onde a voz trabalha, na subsidiária em Espanha.
Após recuperar da surpresa e ter percebido que nem sequer haveria lugar a processo de recrutamento pois a decisão da referida empresa já estava tomada, o nervoso começa a tomar conta do candidato já seleccionado e as dúvidas a surgirem na cabeça sobre se se deve aceitar ou não, quais os riscos envolvidos, se valerá a pena uma mudança drástica de vida neste momento, se se terá mesmo capacidade para aceitar tamanha tarefa, enfim as dúvidas que crê serem normais quando uma proposta profissional envolve a mudança de país.
Seguem-se mais duas conversas, uma das quais a confirmar o interesse do candidato já seleccionado, e começa-se a adensar o tema, definindo datas para iniciar o projecto, a necessidade urgente de encontrar casa, o cuidado de deixar o actual empregador com a casa arrumada após a saída. Tudo isto em menos de 24 H.
Ao final do 2º dia de conversações é solicitada uma visita à casa-mãe, em Bolonha, afim do candidato já seleccionado ser formalmente apresentado ao Conselho de Administração da empresa bem como definir as condições contratuais.

A data é seleccionada após se consultar o Presidente do Conselho de Administração: 12 de Dezembro de 2011 às 9.30H.

Segue-se nova chamada de Itália, perguntando se será possível ao candidato já seleccionado de tratar do vôo, pois devido ao feriado no dia seguinte (hoje), não haverá ninguém que possa tratar convenientemente do assunto.
O candidato já seleccionado disponibiliza-se imediatamente e desde logo inicia uma busca frenética em todos os sites de viagens conhecidos, não encontrando um único vôo directo para Bolonha.
Aparecem algumas soluções, mas que tornam uma viagem de 3,5 horas numa aventura de 10, 15 e até 24 horas devido a diversas escalas (uma delas obrigaria a uma escala em Paris, outra em Atenas e cerca de 23 horas depois, finalmente Bolonha, já bem depois da hora da reunião!!).
Informa-se Itália, que na resposta sugere o site que a empresa costuma utilizar. Na cabeça do interlocutor deve estar a dúvida: "Então mas este gajo nem consegue marcar um vôo para Bolonha e vai dirigir os destinos da minha empresa em Espanha??"
Já em desespero, o candidato seleccionado, busca e busca e busca, mas o resultado é o mesmo. Não há vôos directos para Bolonha.
Pega no telefona e liga para a TAP, pois pode ter havido alguma desistência e assim aproveitava o facto:

"-Tap Portugal boa tarde, fala a Andreia, em que posso ser útil?
-Sim, boa tarde...Preciso da sua ajuda - diz o candidato já seleccionado - tenho de estar em Bolonha na 2ª feira de manhã e no Vosso site não há vôos disponíveis, pode-me por favor ver se há alguma desistência de última hora?
- Qual a data que precisa de voar? pergunta a simpática Andreia.
- Preciso de voar no Domingo dia 11, para estar em Bolonha a 12 pela manhã.
-Ahhhhh, pois...sabe....eu peço desculpa, mas há uma greve de pilotos e como tal os vôos da companhia não estão disponíveis de 9 a 12 de Dezembro...
- Desculpe???Greve???Outra vez????Mas...mas...mas...
- Eu peço mesmo desculpa, mas não tenho mesmo hipótese de o ajudar!
-Mas há alguma perspectiva de alguém fazer esses senhores entenderem que há pessoas com problemas bem mais graves do que os deles e que não podem estar dependentes dos caprichos de uma classe já super privilegiada?
- Olhe, o que posso aconselhar é que vá dando uma vista de olhos no site, pois se a greve for desconvocada, é possível que o site volte logo ao normal...posso ajudar em mais alguma coisa?"

Precisava sim, pensa o candidato já seleccionado, mas lembra-se a tempo que a pobre Andreia não tinha responsabilidade no assunto e retrai-se nos impropérios que lhe apetecia disparar.

Desolado, envia uma mensagem para Itália a informar que afinal a falta de vôos se deve a uma greve dos pilotos e como tal não sabe se poderá estar em Itália na 2ª feira, que vai passar amanhã o dia agarrado ao PC a ver se os Príncipes do Ares se decidem pela desconvocação da greve, depois de terem recebido mais algumas regalias.
Do outro lado recebe uma seca resposta: "OK". Deve estar a pensar "vá lá pelo menos a culpa afinal não foi dele, ainda haverá esperança para a empresa em Espanha...mas como é que vou agora dizer ao Presidente que afinal poderá não haver apresentação???"

Pergunta o candidato em voz alta: "SE PERDER ESTA OPORTUNIDADE DE OURO DE CONSEGUIR ABRAÇAR UM PROJECTO IBÉRICO EM VEZ DE ESTAR AGARRADO AO MERCADO NACIONAL E ALÉM DISSO MELHORAR AS CONDIÇÕES FINANCEIRAS PARA CONDIÇÕES NUNCA PENSADAS POR CAUSA DA GREVE DOS PILOTOS DA AVIAÇÃO CIVIL, PODEREI PROCESSAR OS DITOS?"

Por ser muito chegado ao candidato já seleccionado, daqui envio um muito obrigado ao Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil e aos senhores pilotos por mais esta greve.
É de facto uma vergonha o Vosso comportamento, numa altura em que sabem que o país atravessa uma crise brutal e que não nos podemos dar ao luxo de desperdiçar negócios, estarem com birras de direitos e de regalias.
Como disse alguém da Rynnair aquando da última greve "Os Portugueses ficam com os direitos que nós ficamos com os negócios".

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Um mau dia.....

Todos nós certamente já tivemos maus inícios de semana, mas o do Ministro Álvaro Pereira de hoje bateu todos aos pontos.

Reflectindo sobre o assunto cheguei a duas hipóteses:
1ª Hipótese - O Sr. Ministro passou os últimos 3 meses a assinar uns milhares de acordos de investimento no nosso país e os cheques desse investimento estão já a ser depositados nas contas da CGD;

2ª Hipótese - O Sr. Ministro analisou as contas para 2012, olhou para os "rátios" e pensou "epá se as coisas continuarem assim a crise é capaz de acabar em 2012". Só se esqueceu que os números eram capaz de o contradizer...

Apesar de o meu desejo fosse mesmo que se tratasse da 1ª hipótese, temo que a realidade nos empurre para a 2ª.

Com estas declarações em mente, assisti calmamente ás noticias do dia, e com excepção do "fait-divers" do Sr. Deputado Paulo Campos, cuja seriedade toda a gente lhe reconhece, percebi que os juros da divida da Grécia a 2 anos chegaram aos 110% (ainda não fechou, esta empresa????), os da Espanha a baterem nos 6%, a direita Grega que diz que não assina o acordo de salvação, a Sra. Merkel que num congresso da CDU deu a entender que os países incumpridores que se cuidem porque se vão ter de virar sozinhos no futuro,com excepção claro se os incumpridores forem a Alemanha ou a França.Percebi ainda que a Itália depois de Berlusconi procura um Primeiro Ministro como deve ser, que no mesmo país se prevê o despedimento de 300 mil funcionários públicos nos próximos tempos, que em Espanha se tenta acabar com a "siesta" e finalmente que em Portugal, a crise vai começar a ter os seus dias contados em 2012.

A história por vezes dá-nos sinais que os nossos políticos deviam apreender antes de fazerem declarações com esta dimensão.
Segundo consta, já D. Afonso Henriques, quando derrotou as tropas leais à sua mãe, na Batalha de São Mamede, disse alto e bom som para quem o quis ouvir: "Esta vitória é o primeiro sinal de que estamos perto do fim da crise que assola o nosso pequeno território!!"(história fictícia...ou talvez não).

"Das duas três", ou a crise é surda pois já ouvi o Pinho, o Sócrates, o Lino, o Vieira da Silva, o Lello e outros demais a preverem o fim dela e ela não ligou nenhuma (e o Deputado Paulo Campos na altura não pediu a demissão de ninguém!!); ou é teimosa pois apesar de tantos já terem previsto o seu fim, ela decidiu ser casmurra e chamou o FMI, a UE e o BCE só para confirmar se ela estava mesmo em condições de terminar ou não; ou o Ministro Álvaro teve simplesmente uma má 2ª feira, que eu sinceramente espero não se repita.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Ainda há quem odeie a NATO? Mesmo esta nova NATO 2010-20?

Esta intervenção da Nato na Líbia tinha a novidade de não ser comandada pelos EUA, nem ter tropas invasoras de ocupação. Formou-se um "novo eixo", de responsabilidade principalmente franco-italiana. Aliás como penso que irá acontecer na Síria, para dividir despesas políticas e saldos de guerra, e também sob os auspícios da NATO, mas com o comando da Turquia, que é a única potência bem aceite pelos sírios para intervir no seu território. Por outro lado, serve de bombom para acalmar Erdogan e a sua "quase ditadura" dos reveses ocidentais que tem tido, afirmando-se finalmente como potência regional, pós-Ataturk.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Oposição

O PS ainda existe? Os bons que conheço do PS, estão fechados na sua tenda com vergonha. Cada País tem o PS que merece. Os maus, andam por aí, como os outros. E que os há maus, pois há. Em todos os partidos.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Não sou economista.....

Em dia de apresentação do OE 2012 gostava que reflectissem no seguinte:

Neste momento o mais importante é criar condições junto da UE, BCE e FMI para que estes percebam que estamos empenhados em devolver ao país a credibilidade que nos permita recorrer novamente aos mercados com condições sustentáveis para o país.
Só assim podemos depois renegociar prazos com as instituições que nos estão a emprestar o dinheiro para recuperar da situação em que nos encontramos.

E só depois de se fazer essa renegociação será possível pensar em crescimentos económicos.

Por isso vamo-nos deixar de hipocrisias politicas e ajudar o país a recuperar a nossa dignidade.

domingo, 16 de outubro de 2011

Retóricas idiossincráticas

O governo apresentou o Orçamento de Estado para 2012 e os ânimos exaltaram-se. Mais uma vez, como em todas as outras vezes nos últimos dois anos, o povo português, (mal) representado pelas suas elites, deu provas da sua inquestionável falta de bom senso. Os títulos que anunciavam a nossa calamidade multiplicaram-se logo na manhã seguinte. Os arautos da desgraça atiraram farpas ao governo e vaticinaram, mais uma vez, a queda em desgraça do nosso pobre país que há muito se arrasta pelas ruas da amargura e do desespero. Uma realidade cuja certeza nem ao leitor mais desatento escapará. Todavia, o massacre perpetrado pelas sucessivas manchetes sensacionalistas têm apenas um efeito – deprimir de forma mais intensa um povo que há muito se encontra deprimido com o estado a que o Estado chegou.
E na imensidão deste vasto mar de incerteza quanto ao futuro para o qual fomos arrastados pela crise financeira em que estamos mergulhados, existe apenas uma questão premente que me apoquenta o espírito – qual será a real finalidade de tudo isto?
As medidas tomadas são lesivas das legítimas expectativas alimentadas ao longo das últimas décadas, e disso não tenho a menor dúvida. As mesmas medidas são igualmente necessárias para que o nosso país tenha um sopro de esperança em erguer-se desta cratera na qual nos encontramos presos. E nesta dicotomia aparente surge uma outra pergunta – enquanto cidadãos, contribuintes e trabalhadores seremos tão egoístas ao ponto de não perceber que mais vale abdicar de parte do nosso rendimento do que ver mais pessoas iguais a nós caírem nas teias cada vez mais densas do desemprego???
Com muita tristeza minha começo a pensar que sim, que existem pessoas egoístas a esse ponto. Pessoas que não percebem que os “outros”, amanhã, podes ser eles próprios.
Muito elevam o tom de voz, pejado de indignação (parece que a palavra e o sentimento estão na moda), para que uma só pergunta se faça ouvir – será que todo este sacrifício valerá a pena? Gostava de ter a resposta para esta simples pergunta, tão carregada de significado e comoção, mas não tenho. A única coisa que sei é que se não tentarmos, se não dermos todos um pouco mais, esta cratera em que nos encontramos corre o real risco de se tornar um buraco negro, e desses é praticamente impossível escapar.
Valerá a pena? Não sei. Mas quero muito acreditar que valerá a pena tentar.

Sinais

Podem dizer o que quiserem, especialmente depois da tristeza que vi hoje no "eixo do mal", mas este é um sinal que eu não me lembro de nenhum alto cargo da Nação ter dado desde o 25A.

sábado, 15 de outubro de 2011

Indignação a sério!!!

Nos últimos três meses falou-se, especulou-se e disparatou-se muito sobre as chamadas “secretas”. Nos últimos três meses muitas foram as páginas de jornal que se encheram de palavras de acusação em relação aos casos das “secretas”. Nos últimos meses chamaram-se à Assembleia da República responsáveis e irresponsáveis envolvidos neste triste e vergonhoso escândalo mediático.
Os jornais venderam de sobremaneira. Toda a gente tinha uma opinião sobre o assunto, mesmo que não fizesse a mínima ideia do que estava a falar. E a celeuma foi aumentando de intensidade e fazendo cada vez mais estragos à sua passagem.
E nesta tourada à portuguesa ninguém que lembrou das dezenas de pessoas que 24horas por dia, 365 dias por ano (366 nos anos bissextos) prestam um verdadeiro serviço patriótico ao nosso país. Dezenas de pessoas cuja única missão e finalidade é servir Portugal e ajudar-nos a ter um país mais seguro. Dezenas de pessoas cujo reconhecimento passa pela ausência de qualquer tipo de menção nas páginas dos jornais. Dezenas de pessoas que dão tudo o que podem e o que não podem para servir um país, um povo, que nos últimos meses por elas apenas demonstrou uma enorme falta de respeito e desconsideração.
Isto sim é motivo de indignação!!! Haja vergonha, e já agora um bocadinho de respeito e bom senso, meus senhores!!!

Ouve-se lá fora:"-O Povo unido jamais será vencido". Eu pergunto,qual Povo?

Uma das peguntas mais frequentes feita pelos repórteres em directo, é se o entrevistado costuma vir a manifestações. Da amostra aleatória, vem sempre a mesma resposta: "Sim".  Um protesto que em Portugal se revela com números muito inferiores aos da manifestação de 12 de Março, a da chamada "Geração à Rasca".  Uma manifestação "pacífica, laica e apartidária" que o é só no papel, e que por isso mesmo, não representa o "Povo".

Indignado?Eu?

Não estou, ao contrário do que seria de esperar, indignado com as medidas de austeridade.

Os indignados de hoje são os mesmos que nos últimos 15 anos acreditaram na estratégia de marketing de um partido, que contra todos os que alertavam para o caos da divida pública, resolvia gastar o que não tinha e não podia.

Os indignados de hoje são os que nos últimos 6 anos abanaram com a cabeça em sentido vertical acompanhados por um (ou vários) "muito bem!!", quando o governo anterior teimava em caminhar para o abismo.

Os indignados de hoje são os que durante o mandato do mesmo Governo estiveram calados, como Seguro e companhia limitada, não tendo nenhum deles mostrado a sua indignação para o rumo que o país seguia.

Estes e os que votaram no PS nos últimos anos são os indignados de hoje e como já li hoje a respeito dos mesmos, só lhes posso dizer: TENHAM VERGONHA!!!

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Advogado do diabo: uma visão sobre as medidas do Governo, de uma Oposição que não existe

Impunha-se que não se tirasse por tirar. Ou só porque tem que ser. Se eu fosse Oposição diria que, já que o Governo tem tanta confiança nas medidas tomadas agora, por que não trocar o Subsídio de Férias e o de Natal, por Obrigações do Tesouro, ou qualquer outro título da Dívida Pública? E com juros.Trocava o esforço actual de não ir de férias, ou de não consumir em 2012, pela certeza de que as medidas agora tomadas são as correctas, num prazo mais ou menos razoável. Isso seria fazer política séria, daria ao Povo alguma credibilidade e confiança nos que o governam. Por outro lado daria algumas garantias que não era um acto inconstitucional, bem como aumentava a quota da responsabilidade da Dívida Pública em mãos portuguesas, e não tão exposta a interesses externos de mercados ou outros agentes especuladores. Assim, não.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Promessas leva-as o vento....

Vem este meu desabafo no seguimento das noticias que hoje davam como suspensa uma promessa que o actual Governo fez durante a campanha eleitoral, no caso da atribuição de um prémio aos melhores alunos do ensino secundário.

É óbvio que ninguém gosta de ver suspensos prémios a jovens que se esforçam por obter melhores resultados. Notem que não estou a dizer que se esforçam por aprender mais. É propositada esta diferenciação, pois nos últimos anos eram premidados os resultados e não o nível de sabedoria efectiva que cada um destes alunos adquiriu ou adquire.
Daí a minha satisfação por ouvir o Ministro da Educação ao falar de exigência no ensino.

Voltando ao tema das promessas, mais uma vez fica patente que é impossível continuarmos a fazer campanhas eleitorais fazendo promessas que não se sabe se se vão poder implementar.
Os eleitores parece que gostam de ouvir que o partido A ou B vai realizar promessas que lhes soam bem ao ouvido, e os partidos acham que devem comunicar esses "sound-bites" pois acreditam que serão esses que lhes garantem a eleição.

Mais uma vez fica provado que é o caminho errado, se tivermos em conta principios como a seriedade, a ética e a responsabilidade.
E este caminho é errado quer para os partidos e para os seus líderes, que se descredibilizam fortemente e é errado para os eleitores pois continuam a pensar e a decidir o seu voto tendo por base uma realidade que só existe na cabeça dos líderes partidários.

E a provar que o caminho das promessas megalómanas em campanha não é o correcto, é o facto de que o Governo estar a implementar medidas duras, e as sondagens dão ao partido que apoia o Governo um valor superior ao obtido nas eleições. Até a credibilidade do PM actual é mais elevada do que quando era líder da oposição.

Há meses que estamos a receber sinais que financeiramente estamos a bater no fundo e como tal não me choca que medidas como esta sejam suspensas ainda antes de serem implementadas.
Choca-me que o partido que hoje governa tenha feito uma campanha em que o grosso das promessas não esteja a ser cumpridas, em especial as financeiras, e choca-me ainda mais que o partido agora na oposição tenha feito uma campanha em que transmitiu que Portugal estava numa situação que manifestamente só exisitia na cabeça do Eng. Sócrates.

Quanto aos primeiros, até percebo que não sabendo qual era a real situação económica do país possa ter ido além do que deviam em termos de promessas, não desculpo o antigo Primeiro Ministro que sabendo o que sabia tentou enganar deliberadamente os eleitores.

Espero que ambos tenham aprendido a lição e que em eleições futuras se coibam de fazer promessas que não têm 100% certeza poderem realizar.
Eu agradeço e tenho a certeza que a grande maioria dos eleitores também.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Dívida da Madeira

A grande diferença aparente nas derrapagens que se verificam no orçamento regional da Madeira, é que não vimos ninguém dos envolvidos a enriquecer rapidamente. Esse é um facto.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

O segredo de Estado, a violência doméstica e o corno

Finda a silly season, que em abono da verdade este ano foi mais silly do que é normal, digno-me a voltar às lides da escrita na certeza de que se não o fizesse dentro em breve seria erradicada deste Blog como se nunca nele tivesse existido. Os motivos do silêncio prolongado e prazeroso não foram, infelizmente, as tão merecidas férias, que essas ainda estão por chegar. Os motivos prenderam-se todos, sem excepção, com a pura estupefacção da qual fui acometida pelos desaires do Estado e pela incapacidade dos seus agentes de manterem segredos, pela falta de jeito do “novo” governo em lidar com alguns assuntos, pela sede de sangue da comunicação social, alimentada em larga medida pelo prazer que o povo português retira da desgraça alheia, e pela falta de respeito demonstrada pelo próximo.

Nos últimos meses tornou-se moda falar de segredo de Estado, a larga maioria das vezes sem se saber muito bem qual o verdadeiro alcance do conceito e quais as reais implicações da sua violação. Sim, porque até o leitor mais desatento e juridicamente desinformado saberá, a esta altura, que a violação do segredo de Estado consubstancia um crime punível com pena de prisão de 2 a 10 anos consoante o agente que o comete e as circunstâncias em que é praticado. Mas o que o incauto leitor pode não saber é que o segredo de Estado é um crime cuja prova se enquadra numa categoria que, desde os tempos da Faculdade de Direito, sempre me foi muito cara – a “diabólica probatio” (ou “probatio diabólica” para os mais puristas – eu, pessoalmente, prefiro a primeira) que consiste simplesmente numa grande dificuldade ou mesmo impossibilidade de provar o que se alega. A prova diabólica é, em suma, aquela que é praticamente impossível de realizar. Eis o que acontece com o crime de violação de segredo de Estado – como é que se prova o cometimento de um crime que, na minha modesta opinião, foi concebido de forma tão detalhada e tão cheia de conceitos indeterminados que cai no vazio de não poder ser provado?

E o que tem o crime de violação de segredo de Estado a ver com o crime de violência doméstica? Aparentemente, nada. Mas se colocarmos o Estado no lugar de vítima e os alegados violadores de segredo de Estado no lugar de agressores encontramos a analogia perfeita entre o Estado e a mulher que leva porrada do marido e que volta sempre para casa na esperança de que ele um dia há-de mudar.

E o corno? O corno, como sempre, são alguns dos intervenientes forçados nesta história de horrores que apanhados na curva de uma trapalhada institucional são, pasme-se, sempre os últimos a saber.

Phalanx

Falanges



Assistimos nestes últimos anos a um enriquecimento anormal e súbito, de um conjunto de pessoas que nao deve nada aos Valores nem ao Mérito. Essa nova classe colonizou o Estado, serviu-se e serviu os interesses de quem quis manter o Poder, a qualquer preço. Por isso, nao constitui uma elite, mas sim uma Falange, que se vergou ao vil metal. E esses são os mercenários do expediente e do enriquecimento ilícito, contratados a peso de ouro pelos que governaram. Ambos são responsáveis pela situação actual.

Falanges

Assistimos nestes últimos anos a um enriquecimento anormal e súbito, de um conjunto de pessoas que nao deve nada aos Valores nem ao Mérito. Essa nova classe colonizou o Estado, serviu-se e serviu os interesses de quem quis manter o Poder, a qualquer preço. Por isso, nao constitui uma elite, mas sim uma Falange, que se vergou ao vil metal. E esses são os mercenários do expediente e do enriquecimento ilícito, contratados a peso de ouro pelos que governaram. Ambos são responsáveis pela situação actual.

sábado, 3 de setembro de 2011

Por Favor....

Daqui lanço um repto ao Governo (pois tenho a certeza que o Fala-Barato faz parte das leituras regulares do Primeiro Ministro)...
Por favor, não anunciem mais cortes históricos na despesa!!
Não o façam, por vários motivos.

Primeiro, porque sempre que o fazem, aumentam os impostos e sobrecarregam ainda mais a classe média portuguesa;

Segundo, sempre que anunciam "cortes históricos", "como nunca antes aconteceram", "os maiores de sempre da história de Portugal", estão a elevar tanto as expectativas que se por algum acaso esses cortes vierem a ter lugar e sejam eles quais forem, irão sempre saber a pouco;

Terceiro, infelizmente os portugueses tiveram uma equipa governativa (a anterior) que falava muito e fazia nada...Por isso é inadmissível que o Governo tenha uma equipa de comunicação que neste aspecto se está a portar com um amadorismo atroz.
Ou então são sado-masoquistas, o que também é uma hipótese. Gostam de criar a si próprios cenários complicados de gerir para depois se entreterem a encontrar soluções para resolver os problemas que os próprios criaram.
Eu preferia que se limitassem a comunicar o mínimo possível, e de preferência que não andassem a elevar expectativas quando sabemos que os tempos que se avizinham são de uma dureza brutal (escuso-me a utilizar a palavra colossal - parece que agora a oposição adora a palavra).
Já chega de conferências de imprensa completamente inúteis para o estado de espírito de quem paga impostos e não consegue perceber se o esforço que está a ser pedido vai resultar em beneficio para o país ou não e acima de tudo se vai trazer benefícios aos nossos bolsos ou não (já não me importo que seja daqui a 10 anos).

Por isso daqui segue o meu apelo, por favor, estejam calados e trabalhem de modo a que quando houver cortes definidos, se possa então fazer o anúncio dos mesmos, com valores estimados de poupança, alternativas para os custos sociais (se os houver), soluções para os funcionários que vierem a ser eventualmente dispensados, enfim, fazer uma conferência de imprensa a sério.

Se quiserem ajuda, liguem-me. Eu preparo tudo...e de borla!!!!

terça-feira, 26 de julho de 2011

Povo muito especial....

De facto nós, os Portugueses, somos um povo muito especial.

À mínima critica ao nosso país, levantamos prontamente a nossa voz em protesto seja contra um país (Finlândia) que coloque reservas à possibilidade de emprestar o seu dinheiro a uma nação que já por 3 vezes demonstrou não ter capacidade para se auto-governar (e isto só desde 1974), seja contra uma empresa cuja função é analisar a capacidade de países ou empresas cumprirem com os seus encargos financeiros.
O video agora dedicado à Moody's é a prova de que somos de facto capazes de ter orgulho no nosso país. Só hoje, seguramente milhares de pessoas partilharam o video nas redes sociais levando bem longe o grito de desagrado dos portugueses perante tão vil atitude de uma agência de "rating".
Esta é a parte positiva.

A negativa, é que algumas das pessoas que partilharam este video, são as mesmas que no "post" seguinte reclamam contra as medidas que o Governo está a tomar para tentar tirar o país da situação onde ele se encontra.
Estas medidas não serão seguramente do agrado de todos, mas são aquelas (na sua maioria) que o Estado Português assumiu como indispensáveis para garantir a quem no empresta o dinheiro, que seremos capazes de o pagar de volta (e de preferência nos prazos acordados e aceites pelo Estado Português).
Digo isto porque me parece que algumas pessoas ainda não perceberam que este dinheiro que o BCE, O FMI e a UE agora nos estão a enviar não é como os fundos comunitários entregues a fundo perdido (e a maioria perdeu-se mesmo!!!!!) com que a UE nos brindou durante anos e anos.
Este dinheiro é emprestado e não, como a oposição mais de esquerda quer fazer parecer com o tema da "renegociação da dívida", "emprestaDADO".
Vamos ter de o pagar...a bem ou a mal.

E vão-me desculpar, mas sendo nós o país que orgulhosamente brame nos vídeos existir desde 1143 com todas as suas mais valias, eu preferia que fosse a bem, para poder continuar orgulhosamente a dizer a toda a gente que sou de um país pequenino em tamanho, mas grande nas suas gentes, que dá pelo nome de Portugal.





quinta-feira, 14 de julho de 2011

Mas que raio??

Mas que raio...
Será possível que tudo o que o Ministro das Finanças agora fizer será cronometrado ao minuto?
Primeiro demorou 180 segundos a apresentar as medidas previstas pelo Governo para equilibrar as contas públicas na reunião dos Ministros das Finanças da Zona Euro da semana passada...agora demorou 27 minutos a apresentar o imposto extraordinário que o Estado irá cobrar para controlar as contas públicas.
Fiquei agora a saber que a conferência do Ministro durou uma hora e meia e no jornal da 20h, ficámos todos a saber que o Ministro chegou ás 17.59h (1 minuto antes da hora marcada) e que informou que a mesma iria durar 1.30h, tempo este cumprido religiosamente.
Mas que raio???
Eu percebo que a oposição da esquerda, que parece ainda não ter percebido que NÃO HÁ DINHEIRO!!!!!!, venha logo bramir contra a medida.
Claro que como este imposto extraordinário não abrange os mais necessitados, bramiram para o facto de que afinal os mais ricos é que deviam contribuir com maior esforço.
Parafraseando o António Lobo Xavier, na Quadratura do Círculo de hoje, há pessoas que vão pagar ao Estado 0,50 € por cada Euro que ganharem.
É verdade que estas pessoas devem ganhar bem, mas será justo uma pessoa trabalhar para que o Estado lhe leve metade (sim, senhores do PCP e BE, metade) do vencimento?
Se me perguntarem se estou satisfeito, não estou.
Se me perguntarem quem vai sofrer mais com esta medida, somos nós, os que estamos ali no limbo entre os mais necessitados e os mais ricos...basicamente, os do costume.
Se a medida é justa a 100%? Não é!
Se a medida deveria ter sido apresentada com a apresentação de medidas de emagrecimento do Estado? Talvez, mas isso ia soar a esquema socrático e sinceramente fiquei farto desses esquemas.
Assim foi mais real...e nós vivemos no país real!!!!

Posto isto, mas que raio, será que realmente me interessa saber o tempo que o Ministro demora a apresentar medidas?
O que virá a seguir? Irão começar a cronometrar o tempo que o Ministro demora a almoçar?
Irão começar a fazer relatos sobre as intervenções dos Ministros, fazendo as devidas comparações?
Do tipo: "E aí está, o Ministro das Finanças acaba de demorar uns singelos 38 segundos a devorar meia Dourada grelhada....um resultado bem mais satisfatório que o do Ministro da Educação que demorou mais 5 segundos a comer uma pescadinha de rabo na boca com legumes. De salientar que Nuno Crato demorou somente 6 segundos a comer cada uma das tiras de feijão verde que estava no prato....mas atenção, temos agora a informação que o Ministro da Saúde, Paulo Macedo, demorou 35 segundos a engolir uma febra assada de tamanho médio...podemos estar perante um novo recorde ministerial!!!!!"
Mas que raio????

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Obrigado Luís!!!!

O Luís Filipe Catarino (http://archive.4seephoto.com/index.php?10907124006272228280.0000168495675885245277312072011022733), através da lente da sua máquina, frequentemente nos oferece imagens que dispensam legendas.
Contudo, ao ver esta sua fotografia tirada em Loulé, aquando da última visita do Senhor Presidente da República à região, dei por mim a pensar em duas ideias que me saltam à vista na observação desta foto e que para mim representam dois grandes problemas do nosso país.

A primeira constatação é de carácter social.
O problema do envelhecimento da nossa população, com as respectivas consequências que este cenário traz ao Estado Social.
Cada vez mais os jovens optam por ter filhos mais tarde e, mais grave ainda, poucos.
Mas afinal, que incentivo tem um casal para ter mais filhos?
A rede pública de infantários é quase nula e não absorve sequer as necessidades actuais.
O incentivo fiscal à natalidade roça os limites do ridículo (haverá algum????).
A situação profissional precária de muitos pais, obriga a longas horas de trabalho, não sendo minimamente incentivada a vida familiar (ao contrário do que acontece em muitos países anglo-saxónicos, em que ficar a trabalhar fora de horas é mal visto), passando as crianças mais tempo na companhia dos professores e auxiliares de educação das escolas ou dos ATL's do que com os seus próprios pais.
É do conhecimento geral que o problema da natalidade trará, a médio e longo prazo, graves problemas ao sistema de Segurança Social do nosso país. O facto é que pouco ou nada se tem feito para inverter esta situação.
Conseguir criar mais do que um filho, é hoje em dia, um feito digno de destaque e ao alcance de muito poucos.

A segunda constatação é de carácter politico.
O problema da alienação dos mais jovens da vida política, social e económica do país.
O mais alto representante do nosso país visita uma qualquer região, e os jovens colocam-se à margem destas visitas, em que o Presidente da República tenta dar a conhecer exemplos de sucesso em diversas regiões do nosso país.
Não será fundamental que os jovens de hoje olhem para estes exemplos como janelas de oportunidade para o seu futuro?
Não será fundamental que os mais jovens (e os menos jovens também!!!) se interessem mais pela vida do nosso país e exijam mais dos seus governantes (quando digo exigir não é exigir direitos, mas sim qualidade e empenho dos mesmos na gestão da causa pública)?
Não será fundamental que todos deixemos de assobiar para o lado e de uma vez por todas arregacemos as mangas e trabalhemos em prol do desenvolvimento do nosso país em vez de esperar que o nosso vizinho faça isso por nós?
Eu estou a fazer a minha parte...e você?

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Será?

Eu cá por mim acho que o Engº Pinto de Sousa candidatou-se a um emprego na Moody´s e a decisão de hoje teve a ver com a entrevista de emprego que lhe fizeram e onde ele deve ter relatado os seus sucessos profissionais...

domingo, 3 de julho de 2011

Era uma vez um Secretário de Estado, a prazo

Se eu fosse nomeado Secretário de Estado, jamais, mas jamais assinaria esse compromisso com o Povo, enquanto lhe devesse uns putativos 44.000 euros. Podem existir inúmeras razões para justificarem essa dívida. O que não pode é haver desculpas esfarrapadas, que se referem a contestações ou irregularidades de qualquer das partes para justificar essa fuga às datas. Toda a gente sabe que está na Lei a máxima: "paga primeiro e contesta depois". Este foi o segundo erro de Viegas. O não ter pago já era grave, mas o facto de ter arranjado esta desculpa agrava o dolo. Podia não ter os meios para o fazer, mas fica sempre a pairar a dúvida, de que pretendia resolver este problema numa posição mais favorável. Desse estigma já não se livra, e por isso é para mim o elo mais fraco deste Governo que se quer e proclama "Austeritário". Viegas, para mim, já está a prazo. Deveria ter feito tudo o que estava ao seu alcance para pagar essa dívida. Deveria ter esgotado as hipóteses de o fazer, feito o possível e o impossível, nem que pedisse emprestado a um amigo, para tentar tomar posse imaculado. Não o fez. E por isso, para mim, está despedido.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Mas os senhores importam-se?

Ouvir a comunicação social dissecar as primeiras medidas do Governo e a oposição a exigir os tais "cortes na gordura", governo este que (só para os mais distraídos) tomou posse há menos de 2 semanas, é no mínimo delirante.

Senão vejamos: uma semana após a tomada de posse, decreta-se que em viagens na Europa, os membros do Governo passarão a viajar em económica (para dar um exemplo, um voo Lisboa-Frankfurt-Lisboa em executiva - a meio da semana - custa cerca de 900 € e em económica custa cerca de 250 €), que as viaturas oficiais são para ser usadas unicamente em actos oficiais e não para uso total, que se extinguirão os Governos Civis, que se vão cortar cargos de direcção em alguns organismos do Estado e temos a oposição a dizer que não são medidas destas que irão resolver o problema das contas do Estado.
Na minha modesta opinião uma coisa urgente a dar aos portugueses são exemplos, para que rapidamente estejamos todos a contribuir para resolver o problema das contas do Estado.
E de preferência bons exemplos.

É que se se recordam, nos últimos 10, 15, 20 anos, os portugueses faziam aquilo que viam os outros fazer. Se o banco emprestava ao vizinho do 3º Dto para comprar o BMW, também haveria de emprestar ao do 4º Esq para o Audi.
E as férias? então o do 8º Frente foi para Cuba e o do 2º Dto ía para a casa dos sogros em Palmela? E o frigorifico? E a máquina de lavar eletrónica? E a Bimby? E o Plasma/LCD HD?
Entretanto alguém bate à porta para cobrar (e como não se podia pagar devolvia-se tudo menos o BMW ou o Audi, porque havia que manter a aparência - do tipo "Ó Luís fico melhor no Audi ou no BM?").
Foi o que aconteceu a Portugal.
Durante anos gastou o que tinha e o que não tinha e, como seria de esperar, um dia o cobrador do fraque (disfarçado de Angela Merkel) bateu à porta do Ministro das Finanças com a factura na mão.

Agora que temos um Governo que procura arrumar a casa dando uma série de exemplos para voltar a dar alguma credibilidade ao país, vem a oposição dizer que é tudo "show-off", simples medidas "popularuchas" para atirar areia para os olhos dos portugueses (e desculpem que Vos diga, que nestes dias, TODAS as pessoas -ainda bem que não conheço o João Galamba - com que tenho falado têm sido unânimes considerando uma surpresa muito positiva ver este Governo a tentar dar o exemplo).

Ora se é demagogia cortar nos cêntimos então por favor vamos ser todos demagogos.
É delirante ouvir políticos profissionais dizerem barbaridades do género: "não são 2 milhões de euros que resultarão de extinguir uns cargos de direcção que vão resolver a crise". Lógico, o dinheiro não é deles, ninguém os irá responsabilizar legalmente se estoirar 20 ou 30 milhões em projectos inócuos para a melhoria do bem estar dos contribuintes!!!
É verdade que um milhão, numa divida de muitos mil milhões de euros não fazem grande diferença (a mim faz, mas isso sou só eu que sou picuinhas), mas um milhão aqui e outro ali, rapidamente se chega à conclusão de que afinal são muitos milhões.
E convém recordar que o dinheiro que o Estado gasta todos os dias é dos contribuintes.
Por isso fico muito contente quando vejo um Governo a dar estes exemplos.
Por isso pergunto mais uma vez, os senhores importam-se de deixar os senhores governar? Nós, os contribuintes, agradecemos!!

domingo, 26 de junho de 2011

Mas que país este!!!!

Mas que país este....
Para quem anda distraído, Portugal é o país dos recordes.
Já tivemos a maior árvore de Natal, a maior bandeira humana, a maior guitarra, o maior "stick" de hóquei e outros que tais, incluindo alguns alimentares (e o pior Primeiro-Ministro do Mundo, mas isso fica para outro comentário).
Não é assim de estranhar que depois do mundo ter decidido quais as 7 Novas Maravilhas do Mundo (cuja cerimónia final deu a Portugal o titulo de maior palco do mundo - http://www.guinnessworldrecords.com/pt/recent_records_5.aspx), o país tivesse sentido a necessidade de dar a conhecer as 7 Maravilhas de Portugal.
Um sucesso!!!!
Daí à vontade de divulgar o universo gastronómico nacional, eis que alguém se lembra de criar uma nova maneira de dar a conhecer a gastronomia nacional com um evento a que foi dado o nome original de "7 Maravilhas da Gastronomia".
Anos de estudo e cerca de 70 comissões parlamentares foram seguramente necessárias para se chegar a este nome tão original.
Poderia ter sido "Os Melhores Petiscos Para Se Encher de Colestrol" ou, talvez para cativar o mercado internacional, "Portugueses Eat Better".
Ficaram-se pela originalidade das "7 Maravilhas da Gastronomia" (http://www.7maravilhas.sapo.pt/votacao/).
Eu vou ficar ansiosamente a aguardar que apareçam os concursos "7 Maravilhas Liquidas" onde espero que o Licor de Merda (é mesmo assim que se chama http://licordemerda.no.comunidades.net/) obtenha uma posição honrosa, ou as "7 Maravilhas Locais de Cada Local ou Região" (que poderão depois resultar nas "7 Maravilhas da Freguesia", onde seguramente estará incluída a filha da D. Odete da Papelaria aqui do bairro).
E assim vamos entretendo a malta de Maravilha em Maravilha.
O problema é que no país onde existem tantas Maravilhas (incluindo a filha da D. Odete), cada vez menos há dinheiro para visitar ou comer tanta Maravilha, e já começa mesmo a escassear para ir comprar o Expresso e as revistas semanais à D. Odete (a filha, lembram-se?).
Sendo assim resta-me esperar que as Amêijoas à Bulhão Pato consigam cilindrar o Xarém com Conquilhas e que o Pastel de Belém arrume de vez com os Pastéis de Tentúgal.
Tarefa mais difícil terá o Bacalhau à Gomes de Sá que se terá de haver com o Polvo Assado no Forno e a Sardinha Assada...
Enfim, vida difícil terão também os portugueses que terão de experimentar todas as iguarias (se não o fizerem o resultado final estará obviamente adulterado), o que na realidade até deverá ser uma tarefa bem do agrado da maioria da generalidade da população (e muito em especial dos detentores de estabelecimentos de comes e bebes). Quem de nós não tem um amigo que a meio de um bom repasto está já a programar o almoço e o jantar das próximas 3 semanas??
Eu tenho vários!!!





quinta-feira, 23 de junho de 2011

Eu preferia...e você?

Ao ver esta peça da TVI - http://www.tvi24.iol.pt/sociedade/face-oculta-processoq-socrates-escutas-recorte-tvi24/1262362-4071.html - a primeira coisa que me vem à cabeça é ESTADO DE DIREITO.

A nossa Constituição (artº 2º) caracteriza o o nosso pais como Estado de Direito da seguinte forma, que passo a citar:
"A República Portuguesa é um Estado de direito democrático, baseado na soberania popular, no pluralismo de expressão e organização política democráticas, no respeito e na garantia de efectivação dos direitos e liberdades fundamentais e na separação e interdependência de poderes, visando a realização da democracia económica, social e cultural e o aprofundamento da democracia participativa."

Contudo é na democracia norte-americana que encontramos a mais correcta descrição do que é um Estado de Direito:
"Estado de Direito significa que nenhum indivíduo, presidente ou cidadão comum, está acima da lei. Os governos democráticos exercem a autoridade por meio da lei e estão eles próprios sujeitos aos constrangimentos impostos pela lei.
As leis devem expressar a vontade do povo, não os caprichos de reis, ditadores, militares, líderes religiosos ou partidos políticos auto-nomeados.
Por esta razão, os juízes devem ter uma formação sólida, ser profissionais, independentes e imparciais. Para cumprirem o papel necessário no sistema legal e no político, os juízes devem estar empenhados nos princípios da democracia.
Os cidadãos nas democracias estão dispostos a obedecer às leis da sua sociedade, então, porque estas são as suas próprias regras e regulamentos.
A justiça é melhor alcançada quando as leis são criadas pelas próprias pessoas que devem obedecê-las.
No Estado de Direito, um sistema de tribunais fortes e independentes deve ter o poder e a autoridade, os recursos e o prestígio para responsabilizar membros do governo e altos funcionários perante as leis e os regulamentos da nação." (in http://www.embaixada-americana.org.br/democracia/law.htm)

Com estas breves descrições da definição de Estado de Direito e pegando na peça da TVI só me resta admitir que me parece que durante 6 anos, Portugal não foi propriamente um Estado de Direito.
A verdade é que o Eng. José Sócrates, ex-Primeiro Ministro da República Portuguesa, não quis esclarecer a verdade sobre o processo Face Oculta, provando assim que nada tinha a a ver com as negociatas pouco claras no licenciamento do Freeport, enquanto foi Ministro do Ambiente.
Acrescente-se que se corre o risco de que nenhum dos intervenientes (não sei se já foram acusados formalmente ou não) venha a ser acusado ou caso já tenham sido acusados formalmente de verem o Tribunal decidir sobre a sua culpa ou inocência.
Durante anos, investigou-se, deduziu-se prova (ou acusação...não sou advogado, por isso não sei utilizar a terminologia correcta), enfim gastaram-se milhares de Euros num processo que vai terminar....em nada!!
Não sei se serão culpados ou não, incluindo o Eng. Sócrates, mas sei que das dúvidas nenhum deles se livrará e pelo andar do processo parece que nenhum de nós irá realmente saber o que se passou.
E é aqui que um homem, um político, mostra o seu carácter.
Eu pessoalmente preferia que se esclarecesse toda a verdade e limpar o meu nome.
Outros pelos vistos preferem esquartejar processos, fazendo assim crescer ainda mais a dúvida sobre a sua culpabilidade e ficarem para sempre conotados com um processo de corrupção do qual parece que nunca se conseguirá descobrir a verdade, e pelos vistos viverem tranquilamente com essa dúvida sobre as suas cabeças.
Eu por mim preferia a verdade..e você?

segunda-feira, 20 de junho de 2011

So What?

Fernando Nobre não foi eleito Presidente da Assembleia da República. So what?
Qual é o problema? Qual é o problema de um líder de um partido manter o compromisso que assumiu com um candidato independente e com os eleitores do seu partido?
Obviamente que muitos dos que votaram no PSD para as eleições legislativas do passado dia 5 de Junho, não o fizeram com o objectivo de ter Fernando Nobre como 2ª figura da República Portuguesa.
Mas se o presidente do PSD achou que essa era a melhor solução para o cargo e se mesmo contra todas as previsões que davam como certa a derrota do seu candidato ao lugar, manteve o seu apoio ao candidato, creio que se devia enaltecer a posição do líder do PSD por manter o compromisso (coisa que eu sei os portugueses não estavam habituados a ver num político).
Acima de tudo creio que se devia enaltecer a posição de Fernando Nobre que, ao perceber que não haveria consenso no resultado, retirou a sua candidatura.
Não vejo em Fernando Nobre as qualidades políticas (e este cargo é um cargo politico) necessárias para exercer da melhor forma as funções para as quais se candidatava e portanto não estou decepcionado com o resultado.
Porém, se por um lado estou um pouco desiludido com a leitura da situação política por parte do PSD e de Pedro Passos Coelho, pois apesar das boas intenções em levar um independente a liderar a AR (de que eu discordo), não o deveria ter feito com uma personalidade que já sabia não iria reunir consenso, por o outro estou satisfeito por finalmente ver alguém a tomar decisões e a arriscar novos cenários políticos sem o calculismo político que reinou nos últimos 6 anos.
Pedro Passos Coelho saberia melhor que ninguém que a aposta era arriscada e que arriscaria mesmo perder esta votação. Mesmo assim, seguiu a sua convicção e manteve o compromisso assumido. Umas vezes ganha-se e outras perde-se.
No fim, espero que tudo somado ganhe o País.


Fiquei também muito pasmado com a cobertura jornalística que hoje foi feita ao primeiro dia do novo Parlamento e em especial à cobertura dada a Fernando Nobre.
Foram deprimentes as alusões ao facto de que ninguém falava com ele, quase como se de um "desgraçadinho" que por ali deambulava sem ninguém lhe dirigir a palavra e que ninguém cumprimentava e que, quando o faziam, não estavam mais do que uns segundos à conversa com o senhor. So what?
Será isto jornalismo? Será isto notícia? Será mesmo isto que os portugueses querem ver ou saber?
Notícia foi: Fernando Nobre não teve os votos suficientes para ser eleito e o PSD terá de encontrar um novo candidato. PSD perdeu a aposta, mas manteve a palavra! E o CDS mostrou ao PSD que terá de contar mesmo com ele para tudo o que quiser aprovar na AR.
Notícia será: Fernando Nobre irá manter-se como deputado até quando e como irá resolver ele a sua renúncia ao cargo de deputado (sim, porque não tenho muitas dúvidas de que o fará mais tarde ou mais cedo)?
Tudo o resto foi folclore e serviu para nada.

domingo, 19 de junho de 2011

Regime Austeritário

Depois desta travessia de 16 annus horribilis, há quem diga que é  mais tempo, que é desde o dia da liberdade, o genuíno, o dia 25 de Novembro de 1975, entramos finalmente, -espera-se-, numa nova era e num novo regime: Entramos agora, num "Regime Austeritário". Numa perspectiva dos expulsos e principais responsáveis, os tais do crescimento 0, os que duplicaram a dívida, os  que puseram o peso do Estado em 50% do PIB, este Estado será austero e autoritário . Os mesmos que "colonizaram" o Estado,  que trocaram bifanas e excursões pela Nacionalidade de imigrantes indefesos, que mentiram quase sempre, que fugiram à Justiça, ela também uma Província desses mesmos colonos. Esses, cuja principal política foi a cosmética, a estética e uma imagem que lhes permitisse continuar no Poder. Esses que enriqueceram à velocidade da informação, que fecharam jornais, despediram jornalistas, faliram empresas, que desempregaram. Mas que ainda fizeram pior, fizeram com que o Indivíduo na sua liberdade de escolher, deixasse de poder sonhar. Fizeram com que o Indíviduo na sua liberdade, preferisse ser empregado, a ser empresário. Coartcaram-lhe os sonhos e mascararam oportunidades, quase sempre para "inglês ver". Deixaram de ensinar, e passaram a facilitar. Desresponsabilzaram e nivelaram por baixo.À boa maneira socialista baixaram o olhar ao indivíduo e exportaram à força a excelência de cada um, não o produto dela.  Montaram uma rede magestática e biunívoca, que simultaneamente tanto protegeu criminosos como financiou os seus desígnios. Na óptica dos vencedores e também na minha, o Regime vai ser austero, mas libertário. Libertário das capacidades indivíduais, não no sentido anarquista, nem no Nozickiano, mas sim no sentido de libertar o indivíduo deste Estado esmagador, castrante e gigantesco, o mesmo que foi expulsando os melhores. Vai libertar o Estado dos interesses económicos e partidários. Vai ser um longo caminho, mas melhor para os que virão. Que permita sonhar, pelo menos. 

sexta-feira, 17 de junho de 2011

XIX Governo Constitucional da República Portuguesa (II) (ou plágio do título do Luís)

A propósito das nomeações ministeriais apenas duas notas: há ministros que me agradam e que fazem todo o sentido nos lugares para os quais foram, ou irão ser, nomeados, e outros que, pelo contrário, me causam repulsa.

Mas, sendo eu um ser humano dotado de paixões arrebatadoras ou ódios de morte, nada disto é de espantar!

O que de facto me aborrece de forma quase absoluta são as especulações baratas e sem sentido acerca do facto de os governos de coligação, desde o 25 de Abril, nunca terem chegado ao termo do seu mandato. Chegue, ou não, ao termo do seu mandato, e esperemos que sim, para bem de todos nós e deste cantinho à beira-mar plantado a que chamamos Portugal, já estou como o Luís diz – “pelo menos deixem os senhores tomar posse!!!”. Deixem os senhores tomar posse e seja o que Deus Nosso Senhor quiser!!! (e depois desta apologia catolico-cristã vou ser banida do Fala-Barato)

XIX Governo Constitucional da República Portuguesa

Confesso que me espantou a rapidez com que se formou um Governo depois de o XVIII Governo Constitucional ter colocado o país em pré-bancarrota. Antes de mais dar os parabéns aos que aceitaram o desafio e votos de que cumpram aquilo para que foram eleitos: SERVIR OS PORTUGUESES!!!!
Não percebo porque ainda se perde tempo a comentar as eventuais recusas, pois desde pequeno ouço a expressão "dos fracos não reza a história", imortalizada numa música dos Heróis do Mar (Brava Danças dos Heróis - http://www.youtube.com/watch?v=D5o0Lj32H2M&feature=related).
Não aceitaram? Paciência.
Possivelmente tinham "cenas" para fazer mais importantes do que ajudar o seu país a ultrapassar a maior crise económica da sua história.
Esperemos sim, que no fim do ciclo governativo que agora começa os corajosos eleitos possam gritar bem alto "Cantemos alto nossa vitória".
Se isso acontecer é sinal de que eu estarei lá a gritar também, pois é sinal de que quem ganhou foi Portugal.
Quanto aos novos Ministros, a todos eles dou o beneficio da dúvida e não vou criticar nenhum...por enquanto!!!!!
Começando pelas Finanças, e ouvidos praticamente todos os comentadores, parece-me unânime a escolha, referindo o Dr. Vítor Gaspar como um dos melhores da sua geração e como não o conheço nem pessoalmente, politicamente ou profissionalmente, não posso ir mais longe do que aquilo que já hoje ouvi comentar sobre ele.
Na Economia, Álvaro Santos Pereira parece-me ser também uma escolha certa. Independente, com pensamento e ideias próprias, só espero as possa colocar em prática politicamente (o que nem sempre é fácil).
Fez uma das mais lúcidas leituras do estado da nação (em termos económicos) que vi durante a campanha e se conseguir resolver o que enunciou no seu comentário no Blogue Desmitos - http://desmitos.blogspot.com/2011/04/os-verdadeiros-factos-da-campanha.html ,só por isso merece a minha concordância com a escolha.
O MNE está entregue a Paulo Portas, que espera obter desta passagem pelo Governo um trampolim para vôos mais altos na Europa ou noutro poleiro político qualquer. Vamos ver é se não lhe falta força a bater as asas durante o seu voo e se espalha ao comprido.
Substituir Luís Amado não será fácil!!!
Não comentarei as escolhas provenientes dos aparelhos partidários, Miguel Relvas e Miguel Macedo (não incluo aqui o Dr. Aguiar Branco nem Paula Teixeira da Cruz pois não os considero um produto do aparelho partidário), pois são isso mesmo, escolhas do aparelho, e estão lá para acalmar as estruturas partidárias.
Miguel Relvas ficará com as autarquias, o que dá um "jeitaço" para as eleições autárquicas de 2013, mas o que se pode fazer? Não nos podemos esquecer que Pedro Passos Coelho é também líder do PSD e como tal o partido tem como objectivo ganhar essas eleições.
De Aguiar Branco e Paula Teixeira da Cruz serão Ministros de pulso, mas temo que a Ministra da Justiça tenha uma vida mais complicada do que o da Defesa. Não será fácil lidar com os lobbies do sector. Advogados, Magistrados (copiando ou não), funcionários administrativos e respectivos sindicatos não darão descanso à Ministra.
As escolhas do CDS são uma surpresa, mas não os conhecendo são uma incógnita para mim. Tenho de Assunção Cristas uma boa imagem, de seriedade e de rigor, mas temo que sendo um dos maiores Ministérios e com um nível técnico muito elevado, terá de se rodear de uma equipa de secretários de estado de elite para fazer face ás especificidades das áreas que irá tutelar.
Por fim, Paulo Macedo.
O homem que não valia um vencimento de 25 000 €, mas que quando saiu, creio que toda a Direcção Geral de Contribuição e Impostos teria abdicado de parte dos seus vencimentos para o manter no lugar (incluindo os funcionários comunistas, que perceberam que não é o vencimento que importa, mas sim os resultados que esse vencimento produz). Uma chapada de mão bem aberta para todos os que o criticaram.
Agora terá pela frente a difícil tarefa de cativar os médicos, enfermeiros, farmacêuticos, maqueiros, anestesistas, radiologistas, administrativos, porteiros, seguranças (ai estes são contratados externamente?E não se queixam de perder nenhum direito adquirido?não terão no acordo de prestação de segurança direito a consultas gratuitas para todo o agregado familiar?)...esqueci-me de alguém?Ah, claro e os Sindicatos!!!!
É, a tarefa não será fácil, mas tenho a certeza que o Dr. Paulo Macedo irá colocar em ordem a Saúde, mantendo o SNS para quem realmente necessita dele e optimizando os recursos do Estado nesta área de tão sensível gestão.
Posto isto, só lamento as opiniões dos deputados da oposição que, ainda o Governo não tomou posse, e já criticam ferozmente o que acham que os novos Ministros irão fazer. A isso chamam-se conjecturas e não são comentários dignos de representantes da nação que acabaram de ser eleitos.
Caramba, pelo menos deixem os senhores tomarem posse!!!!!

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Sinceramente Dr. Pacheco Pereira....

Sim, Dr. Pacheco Pereira, sinceramente não o entendo...
O Sr. e a candidatura que tão combativamente defendeu em 2009 (e eu também), a da Dra. Manuela Ferreira Leite, teve o "pássaro" na mão e deixou-o fugir.
Aliás, na minha modesta opinião de simples eleitor, nessa altura vi-me aflito para justificar o meu voto no PSD e na Dra. Manuela Ferreira Leite, pois os erros que a sua campanha (lembra-se que teve uma participação muito activa nessa campanha, não se lembra?) cometeu, foram mais que muitos.

A máquina de comunicação do PS (que foi a mesma desta campanha) triturou completamente a sua estratégia e nunca o vi assumir a sua quota parte de responsabilidade nessa derrota, quando 2 meses antes do período eleitoral a Dra Manuela Ferreira Leite tinha muitos pontos percentuais de vantagem sobre o Engº Sócrates.
Por isso sinceramente não compreendo que neste momento, em que os eleitores decidiram dar um novo rumo de governação ao país e é necessário um esforço de todos para ultrapassar com distinção o desafio que o Memorando do FMI/CE/BCE nos colocou em cima da mesa, a sua preocupação (a de que discordo do "timming", porque a parte referente à foto do Expresso, eu também concordo consigo), na sua coluna de hoje da revista Sábado, é menorizar os resultados eleitorais do SEU partido e por consequência do líder do PSD, Pedro Passos Coelho.

No mínimo, da sua parte, o Primeiro Ministro indigitado merece o beneficio da dúvida.

O que certamente não precisa (nem o PM, nem o país) é que a título da independência de pensamento, quando ainda nem sequer começou realmente a governar, já esteja a ser colocada em causa a sua legitimidade.

Compreende-se essa postura na Clara Ferreira Alves, do Emídio Rangel e de todos os comentadores ADNP (Anti-Direita No Poder).

Será possivelmente verdade que os 38,65% (2 159 742 votos) de portugueses que votaram em PPC não leram o programa do PSD.

Mas é seguramente verdade que a mesma coisa também aconteceu com as 12 eleições anteriores.

Assim, repito, não percebo qual a sua motivação para tal comentário...possivelmente será só uma mesquinha vontade de se vingar por algumas declarações de PPC na altura em que era oposição da Dra. Manuela Ferreira Leite...se assim for, sinceramente, não esperava isso de si!!!!

segunda-feira, 13 de junho de 2011

E esta hein??

Uma semana depois de um dos piores resultados de sempre do PS, gosto de ver os comentadores conectados com o PS a debitar sobre o que o novo governo deverá fazer....durante 15 anos não opinaram sobre o que a governação de António Guterres e de José Sócrates (mas naqueles 2 anos de Barroso e Santana Lopes lá saíram da obscuridade!!!) fizeram ao país, mas agora já têm opinião muito bem formada sobre este novo período da história de Portugal!!!!E este governo ainda nem tomou posse..imaginem o que será depois de tomarem posse os novos governantes!!!

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Coelhos na cartola

Vá, respirem fundo! Podem ficar descansados – apesar do que possa, à partida, parecer não vou começar a minha colaboração no Fala-Barato com piadas acerca do nome do nosso “soon to be” Primeiro Ministro. Se bem que o título respeita, sem dúvida alguma, à formação do novo Governo. Muitos têm sido os nomes avançados pela comunicação social sob o simpático epíteto de “ministeriáveis”. Devo admitir que a maioria destas previsões têm em mim um efeito semelhante ao das sondagens – causam-me arrepios. E como nisto das previsões nem as meteorológicas nem as astrológicas costumam ser muito acertadas, o melhor mesmo é aguardar até à indigitação do novo Primeiro Ministro e perceber quais os coelhos que sairão da cartola do novo Governo de coligação. Sim, porque teremos, pelo menos, um ou dois.

Apelo a Portugal

Ao receber o convite do Fala Barato para partilhar algo neste blogue, e aproveitando que hoje é o Dia de Portugal, fazia aqui 3 apelos:
1º Apelar ao espírito empreendedor e lutador de todos os portugueses, numa altura em que o país decidiu um novo rumo a seguir de maneira muito esclarecedora, e que todos juntos consigamos levantar Portugal da situação em que uma série de políticos irresponsáveis nos colocaram;
2º Apelar aos novos governantes a que incorporem o espírito para que foram eleitos, no sentido de nos governarem (e não governarem-se), deixando para trás interesses pessoais e partidários, de forma a que a classe política portuguesa possa de novo vir a merecer a credibilidade da população. Para isso é necessária elevação, ética, moral e acima de tudo muito carácter.
3º Apelar ao jornalista e comentadores políticos para se debruçarem sobre aquilo que realmente interessa e deixar de lado o acessório. A elevação dos políticos e do discurso político passa também pela inteligência das perguntas que se lhes colocam e da avaliação séria e imparcial da sua actuação.
Viva Portugal!!!!!!

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Governo de Gestão

Algo de errado se está aqui a passar. Enquanto a Nova AD anda ocupada com a formação do Governo. Portugal negoceia e perde o Alto Comando da NATO em Oeiras, Portugal apoia a recondução de Ban-Ki-Moon, Portugal reconhece o Governo de transição de Benghazi na Líbia, etc etc.. Não acredito que o Governo esteja a comunicar aos eleitos, os passos e os compromissos que tem e o que pretende fazer até sair. Para além de ser um "governo de gestão", o partido que o sustentou perdeu as Eleições. Percebo a pressa do PR, para evitar que estes vão à Cimeira da UE, mas nem uma palavra foi dita sobre isto que andam a fazer.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

O silêncio prudente depois do início da Primavera Árabe e a reorganização do status quo no Médio Oriente. No seu 63º aniversário, a questão é: E agora Eretz Israel?

O silêncio prudente depois do início da Primavera Árabe e a reorganização do status quo no Médio Oriente. No seu 63º aniversário, a questão é: E agora Eretz[1] Israel?



Da última vez que algo semelhante aconteceu no mundo árabe e no médio oriente, Israel sobreviveu e consolidou-se como nação. Com a Crise do Suez de 1956 foi reorganizado o status quo com que se desenvolveram as difíceis relações entre o Estado Judeu e os seus vizinhos. Os EUA cessaram a ajuda à construção da grande Barragem de Assuão no Nilo, pelo facto do Egipto ter encetado um processo de compra de armas à Checoslováquia comunista. À política expansionista da Internacional Comunista liderada pela URSS, contrapunha-se a doutrina de contenção de Truman no mundo maniqueísta da Guerra Fria. Enquanto os primeiros tentavam recrutar influências nas ex-colónias dos impérios, os americanos tentavam conter a ameaça comunista. Os EUA já o tinham feito angariando para a NATO, parceiros como a Turquia e a Grécia em 1952. Nasser era o instrumento perfeito para unir os árabes a uma só voz e numa só nação desde o Magreb ao Mashrek.A oportunidade era única para a URSS expandir a sua influência até ao Sahel, para numa segunda fase apoiar os movimentos independentistas na África subsaariana. Nasser constituía a personificação da centelha revolucionária e recipiente perfeito para protestar e unir o mundo árabe contra as potências “imperialistas” europeias que protegeram as lideranças dessas nações, e que surgiram do desmembramento do Império Otomano pós- II Grande Guerra. Foi também nessa altura que se deu a afirmação de Israel como potência regional.

       "Não podemos ter esse vagabundo (Nasser) metido nas nossas vias de comunicação", disse então o ex-primeiro ministro britânico Winston Churchill, sobre a nacionalização do Canal de Suez. A França também pretendia punir Nasser por apoiar os rebeldes separatistas na Argélia, enquanto Israel queria garantir a circulação das suas mercadorias por mar, pelo Canal de Suez de forma a não ficar dependente apenas do Porto de Eilat no Golfo de Aqba. O pacto mais ou menos secreto entre o Reino Unido, a França e Israel perdeu a contenda, e Nasser foi glorificado e aclamado como herói. Uma força das Nações Unidas ocuparia o Sinai até à Guerra dos Seis Dias em 1967.

        Nessa altura, no pós- II Grande Guerra, floresciam as independências dos impérios coloniais, começadas por Gandhi na Índia. Pode dizer-se que existiam motivações que evoluíam ao encontro de dois paradigmas vigentes: entre o Comunismo Soviético e as Democracias Liberais do mundo ocidental, entre o Capitalismo de Estado e a Economia de Mercado, entre o Mundo Livre dos EUA e seus parceiros, e o Socialismo da URSS imposto e vigiado pelo Pacto de Varsóvia. Hoje, o panorama parece ser bastante diverso, cada actor parece querer seguir o seu próprio caminho de acordo com as suas contingências e características próprias. Enquanto esse movimento se desenvolveu em torno de grandes personalidades como Nasser, numa onda transnacional, hoje não se procura para já, um grande líder que os una. Muitos observadores consideram que essa miragem de um mundo árabe democrático está ainda muito longe de ser alcançada. No entanto, antes da 3ª vaga da Democracia, que começou em Portugal em 1974, também se afirmava que os países católicos da Península Ibérica, da América Central e do Sul, nunca conseguiriam adoptar o modelo democrático ocidental. Enquanto há quase seis décadas esse movimento de revolta visava unir um povo numa grande nação árabe e em torno da figura carismática e autoritária de Nasser, hoje os receios são outros. Esta onda pode congregar desejos de união, não de um povo, mas de um credo. O receio do mundo ocidental bem como o de outros actores como Israel, é que esse mundo árabe em convulsão adopte os paradigmas de governação disponíveis. O temor que se transformem em teocracias islâmicas, adoptando como modelo, o semeado pelo Ayatollah Ruhollah Khomeini em 1979 e radicalizado pelo actual líder do Irão Mahmoud Ahmadinejad.

O receio da “iranização” do mundo árabe e o seu alastramento pelo Islão

       Neste momento revolucionário tão especial que atravessa o mundo árabe, os defensores da desejada Democracia, dos Direitos Humanos, do “rule of law” e da Economia de Mercado, temem que estruturas com décadas de organização e presença no terreno como a Irmandade Muçulmana, iniciem uma “iranização” do mundo árabe. A grande diferença para os tempos de Nasser e Ben Gurion, é que o principal suporte desse movimento internacional pode estender-se desde o nosso vizinho Marrocos até locais remotos como Xinjiang na China, ou mesmo à grande nação muçulmana que constitui a Indonésia. Esse movimento pode congregar povos e culturas tão diferentes como magrebinos, árabes, turcomanos, persas, malaios, afegãos, pashtun, e chineses de entre outros. A influência que pode ter o acesso ao nuclear pelo Irão pode subjugar as outras variantes religiosas do Islão e não só, mas todos os movimentos que constituem clivagens no mundo dos países maioritariamente muçulmanos, tolerando apenas os credos que consideram inofensivos. Á semelhança do que tem acontecido às minorias Coptas, Judias, Católicas, Ortodoxas, Bah`ai, Drusos e mesmo à mais numerosa variante islâmica Sunita, elas têm sido perseguidas, ameaçadas e ostracizadas de forma violenta pelos Xiitas. A perseguição religiosa tem sido praticada sistematicamente pelas facções que detêm o poder no mundo islâmico. Na Síria ou no Irão, por exemplo, se um chefe de família judeu sair de um desses países e não regressar no prazo previamente estipulado, toda a sua família é feita refém. Inúmeros exemplos poderiam ser dados, como o caso dos católicos no Iraque ou no Irão, os drusos no Líbano e na Síria, ou os coptas no Egipto.

       A abertura da fronteira de Gaza com o Egipto, após Mubarak ser deposto, e a ausência de controlo efectivo de pessoas e bens nas regiões em convulsão, tem constituído uma das maiores ameaças à segurança de Israel e da ordem internacional no médio oriente. Os fluxos em massa de refugiados que transitam por estas regiões, ameaça e desequilibra não só a capacidade de resposta das estruturas locais existentes, bem como as dos seus vizinhos, sendo um dos destinos mais procurados a Europa. É nesta anarquia generalizada que se movem estruturas organizadas e financiadas pelo eixo Irão-Síria, que detém um conhecimento e uma rede de ligações organizada, experiente, influente e hierarquizada como sejam a Irmandade Muçulmana, o Hamas ou o Hizzballah. Por outro lado, a condenação pelos movimentos radicais islâmicos da morte de Bin Laden demonstra que existe uma forte identificação entre estes e a organização terrorista Al – Qaeda.

Israel, que no seu território congrega cidadãos de todos os credos, vai ter de se desdobrar em múltiplas tarefas. Manter a coesão interna, vigiar fortemente as suas fronteiras e reorganizar caso a caso a sua política externa, sem perder de vista a ameaça que constitui o eixo Irão-Síria, são as prioridades. Israel afirma estar preparado, tanto para uma terceira intifada que muitos previram que começasse no Nakba Day (“15 Maio Dia da Catástrofe”) para os palestinianos, bem como para um ataque nuclear de Teerão. E agora, Israel?



[1] Eretz Yisrael
(Heb. The land of Israel) A maximalist term used by some right-wingers to refer to the borders of the ancient kingdom of Israel which includes all of the West Bank and parts of Jordan in http://www.jewishvirtuallibrary.org/jsource/glossE.html

terça-feira, 31 de maio de 2011

Ideologias

Já não há ideologias. Nem de esquerda nem de direita. Todos sabemos que o que existe, é mais estado-menos indivíduo, e menos estado-mais indivíduo. E que a primeira opção é a inclinação natural dos ditos socialistas para manterem o Poder. P...orque esse polvo do Estado magnânime e gigante, faz os indivíduos ficarem reféns do voto. Esses votam no seu emprego e na sua sobrevivência, não votam numa ideologia. O estado a que chegámos, leva os indivíduos aparentemente livres a preferirem arranjar emprego, em vez de se tornarem empresários. E isso, torna o indivíduo em mais um carneiro do rebanho socialista. E todos sabemos que os carneiros não sonham com outras pastagens. Olham e sobrevivem naquela que lhes é apresentada. Porque querem o melhor para os seus filhos.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Greve

Ao fala-barato, ainda não chegou o Direito à Greve. Onde já se viu algumas centenas de pessoas, prejudicarem uma Nação inteira, numa altura destas? Além disso, só demandam privilégios, quando já quase ninguém os tem. Constitui uma grave afronta aos direitos e deveres dos outros, esta ditadura de uma minoria. A uma semana das eleições constitui mais um sinal político do que um protesto justo, um aviso de que a esquerda radical que instrumentaliza os sindicatos, pode parar o País se os resultados não lhe agradarem.Em nome de uma "reivindicação de classe", prejudica-se toda a gente duplamente. A economia de empresas tecnicamente falidas, como é o caso de quase todas as nacionalizadas, a começar pelos "metros", e a economia nacional que já está um farrapo. Por mim, suspendia-se este Direito em situações de crise aguda, em que por exemplo, está em vigor uma intervenção externa.

Heródoto

"Era preciso estabelecer uma forma de governo que
conservasse a igualdade de todos os cidadãos, este direito
precioso que todos os homens trazem de nascença. Mas isso não
era possível em uma cidade dividida em facções, onde os
cidadãos imaginavam ter, por seu nascimento e por suas
riquezas, o privilégio de governar, e excluir de honras a classe
média, ou mesmo de vexá-la. A aristocracia, a pior espécie de
todos os governos, era seu ídolo favorito. Não fora o amor pela
liberdade que os havia armado contra o tirano, mas o desejo de
se atribuir sua autoridade e de reinar com o mesmo despotismo.
A classe média e o povo, que tinham tido pouca coisa a
reclamar do tirano, acreditaram ter perdido com a troca, vendo o
governo nas mãos de um pequeno número de cidadãos dos
quais era preciso absorver a avidez, temer os caprichos e
mesmo as suspeitas. Heródoto tornou-se odioso a uns e a outros:
a uns porque o viam como o autor de uma revolução que se
mostrara desvantajosa para eles; a outros porque o viam como
um ardente defensor da democracia." in HERÓDOTO
(484 A.C. - 425 A.C.)
Traduzido do grego por
Pierre Henri Larcher
(1726 D.C. - 1812 D.C.)
Fontes digitais desta edição
Digitalização do livro em papel
Volumes XXIII e XXIV
Clássicos Jackson
W. M. Jackson Inc.,Rio, 1950
Versão para o português de
J. Brito Broca

domingo, 29 de maio de 2011

Genesis do Fala-barato

Resolvi fazer um Blog. Algumas pessoas disseram-me para o fazer. Pretende ser uma visão global do que se passa por aí, numa perspectiva de valores demoliberais e cristãos. Para já é uma Monarquia Absoluta, porque acima de mim só Deus pode mandar aqui. Por isso e enquanto este blog existir,ele vai tentar embarcar numa viagem a partir desse "Ancien Régime", em que "L`etat c`est moi", numa evolução histórica, e que por mérito dos participantes que forem eleitos por mim inicialmente, e mais tarde por esse colégio que se for formando, se vai instituindo numa transição à Democracia. Como se fosse uma amostra de uma sociedade imaginária e virtual, que percorre o seu caminho ao sabor das opiniões e pela força do maior valor que existe na sociedade, o capital humano, e toma decisões, mais ou menos democráticas. Portanto, e nesta fase inicial estamos num estado virtual despótico, em que eu represento o tirano, e pretende-se chegar em mais ou menos tempo a uma Democracia Liberal. Ou não. O sistema só pode evoluir, se eu permitir que entrem nele mais elementos válidos. Só haverá novas admissões quando eu entender, e por agora não vou fazer convites. Haverá uma hierarquia, órgãos de soberania e tudo a que eles subjaz. O mérito deles e a minha fraqueza crescente obrigará a nomeações. Como experiência irei deixá-la fluir e adaptar-se às realidades. Porque apesar de caminhar para um modelo, eu terei sempre aquele magnífico poder de veto, o de acabar com tudo. Veremos no que vai dar. Se der.