Fala-barato

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This is not a parrot

terça-feira, 26 de julho de 2011

Povo muito especial....

De facto nós, os Portugueses, somos um povo muito especial.

À mínima critica ao nosso país, levantamos prontamente a nossa voz em protesto seja contra um país (Finlândia) que coloque reservas à possibilidade de emprestar o seu dinheiro a uma nação que já por 3 vezes demonstrou não ter capacidade para se auto-governar (e isto só desde 1974), seja contra uma empresa cuja função é analisar a capacidade de países ou empresas cumprirem com os seus encargos financeiros.
O video agora dedicado à Moody's é a prova de que somos de facto capazes de ter orgulho no nosso país. Só hoje, seguramente milhares de pessoas partilharam o video nas redes sociais levando bem longe o grito de desagrado dos portugueses perante tão vil atitude de uma agência de "rating".
Esta é a parte positiva.

A negativa, é que algumas das pessoas que partilharam este video, são as mesmas que no "post" seguinte reclamam contra as medidas que o Governo está a tomar para tentar tirar o país da situação onde ele se encontra.
Estas medidas não serão seguramente do agrado de todos, mas são aquelas (na sua maioria) que o Estado Português assumiu como indispensáveis para garantir a quem no empresta o dinheiro, que seremos capazes de o pagar de volta (e de preferência nos prazos acordados e aceites pelo Estado Português).
Digo isto porque me parece que algumas pessoas ainda não perceberam que este dinheiro que o BCE, O FMI e a UE agora nos estão a enviar não é como os fundos comunitários entregues a fundo perdido (e a maioria perdeu-se mesmo!!!!!) com que a UE nos brindou durante anos e anos.
Este dinheiro é emprestado e não, como a oposição mais de esquerda quer fazer parecer com o tema da "renegociação da dívida", "emprestaDADO".
Vamos ter de o pagar...a bem ou a mal.

E vão-me desculpar, mas sendo nós o país que orgulhosamente brame nos vídeos existir desde 1143 com todas as suas mais valias, eu preferia que fosse a bem, para poder continuar orgulhosamente a dizer a toda a gente que sou de um país pequenino em tamanho, mas grande nas suas gentes, que dá pelo nome de Portugal.





quinta-feira, 14 de julho de 2011

Mas que raio??

Mas que raio...
Será possível que tudo o que o Ministro das Finanças agora fizer será cronometrado ao minuto?
Primeiro demorou 180 segundos a apresentar as medidas previstas pelo Governo para equilibrar as contas públicas na reunião dos Ministros das Finanças da Zona Euro da semana passada...agora demorou 27 minutos a apresentar o imposto extraordinário que o Estado irá cobrar para controlar as contas públicas.
Fiquei agora a saber que a conferência do Ministro durou uma hora e meia e no jornal da 20h, ficámos todos a saber que o Ministro chegou ás 17.59h (1 minuto antes da hora marcada) e que informou que a mesma iria durar 1.30h, tempo este cumprido religiosamente.
Mas que raio???
Eu percebo que a oposição da esquerda, que parece ainda não ter percebido que NÃO HÁ DINHEIRO!!!!!!, venha logo bramir contra a medida.
Claro que como este imposto extraordinário não abrange os mais necessitados, bramiram para o facto de que afinal os mais ricos é que deviam contribuir com maior esforço.
Parafraseando o António Lobo Xavier, na Quadratura do Círculo de hoje, há pessoas que vão pagar ao Estado 0,50 € por cada Euro que ganharem.
É verdade que estas pessoas devem ganhar bem, mas será justo uma pessoa trabalhar para que o Estado lhe leve metade (sim, senhores do PCP e BE, metade) do vencimento?
Se me perguntarem se estou satisfeito, não estou.
Se me perguntarem quem vai sofrer mais com esta medida, somos nós, os que estamos ali no limbo entre os mais necessitados e os mais ricos...basicamente, os do costume.
Se a medida é justa a 100%? Não é!
Se a medida deveria ter sido apresentada com a apresentação de medidas de emagrecimento do Estado? Talvez, mas isso ia soar a esquema socrático e sinceramente fiquei farto desses esquemas.
Assim foi mais real...e nós vivemos no país real!!!!

Posto isto, mas que raio, será que realmente me interessa saber o tempo que o Ministro demora a apresentar medidas?
O que virá a seguir? Irão começar a cronometrar o tempo que o Ministro demora a almoçar?
Irão começar a fazer relatos sobre as intervenções dos Ministros, fazendo as devidas comparações?
Do tipo: "E aí está, o Ministro das Finanças acaba de demorar uns singelos 38 segundos a devorar meia Dourada grelhada....um resultado bem mais satisfatório que o do Ministro da Educação que demorou mais 5 segundos a comer uma pescadinha de rabo na boca com legumes. De salientar que Nuno Crato demorou somente 6 segundos a comer cada uma das tiras de feijão verde que estava no prato....mas atenção, temos agora a informação que o Ministro da Saúde, Paulo Macedo, demorou 35 segundos a engolir uma febra assada de tamanho médio...podemos estar perante um novo recorde ministerial!!!!!"
Mas que raio????

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Obrigado Luís!!!!

O Luís Filipe Catarino (http://archive.4seephoto.com/index.php?10907124006272228280.0000168495675885245277312072011022733), através da lente da sua máquina, frequentemente nos oferece imagens que dispensam legendas.
Contudo, ao ver esta sua fotografia tirada em Loulé, aquando da última visita do Senhor Presidente da República à região, dei por mim a pensar em duas ideias que me saltam à vista na observação desta foto e que para mim representam dois grandes problemas do nosso país.

A primeira constatação é de carácter social.
O problema do envelhecimento da nossa população, com as respectivas consequências que este cenário traz ao Estado Social.
Cada vez mais os jovens optam por ter filhos mais tarde e, mais grave ainda, poucos.
Mas afinal, que incentivo tem um casal para ter mais filhos?
A rede pública de infantários é quase nula e não absorve sequer as necessidades actuais.
O incentivo fiscal à natalidade roça os limites do ridículo (haverá algum????).
A situação profissional precária de muitos pais, obriga a longas horas de trabalho, não sendo minimamente incentivada a vida familiar (ao contrário do que acontece em muitos países anglo-saxónicos, em que ficar a trabalhar fora de horas é mal visto), passando as crianças mais tempo na companhia dos professores e auxiliares de educação das escolas ou dos ATL's do que com os seus próprios pais.
É do conhecimento geral que o problema da natalidade trará, a médio e longo prazo, graves problemas ao sistema de Segurança Social do nosso país. O facto é que pouco ou nada se tem feito para inverter esta situação.
Conseguir criar mais do que um filho, é hoje em dia, um feito digno de destaque e ao alcance de muito poucos.

A segunda constatação é de carácter politico.
O problema da alienação dos mais jovens da vida política, social e económica do país.
O mais alto representante do nosso país visita uma qualquer região, e os jovens colocam-se à margem destas visitas, em que o Presidente da República tenta dar a conhecer exemplos de sucesso em diversas regiões do nosso país.
Não será fundamental que os jovens de hoje olhem para estes exemplos como janelas de oportunidade para o seu futuro?
Não será fundamental que os mais jovens (e os menos jovens também!!!) se interessem mais pela vida do nosso país e exijam mais dos seus governantes (quando digo exigir não é exigir direitos, mas sim qualidade e empenho dos mesmos na gestão da causa pública)?
Não será fundamental que todos deixemos de assobiar para o lado e de uma vez por todas arregacemos as mangas e trabalhemos em prol do desenvolvimento do nosso país em vez de esperar que o nosso vizinho faça isso por nós?
Eu estou a fazer a minha parte...e você?

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Será?

Eu cá por mim acho que o Engº Pinto de Sousa candidatou-se a um emprego na Moody´s e a decisão de hoje teve a ver com a entrevista de emprego que lhe fizeram e onde ele deve ter relatado os seus sucessos profissionais...

domingo, 3 de julho de 2011

Era uma vez um Secretário de Estado, a prazo

Se eu fosse nomeado Secretário de Estado, jamais, mas jamais assinaria esse compromisso com o Povo, enquanto lhe devesse uns putativos 44.000 euros. Podem existir inúmeras razões para justificarem essa dívida. O que não pode é haver desculpas esfarrapadas, que se referem a contestações ou irregularidades de qualquer das partes para justificar essa fuga às datas. Toda a gente sabe que está na Lei a máxima: "paga primeiro e contesta depois". Este foi o segundo erro de Viegas. O não ter pago já era grave, mas o facto de ter arranjado esta desculpa agrava o dolo. Podia não ter os meios para o fazer, mas fica sempre a pairar a dúvida, de que pretendia resolver este problema numa posição mais favorável. Desse estigma já não se livra, e por isso é para mim o elo mais fraco deste Governo que se quer e proclama "Austeritário". Viegas, para mim, já está a prazo. Deveria ter feito tudo o que estava ao seu alcance para pagar essa dívida. Deveria ter esgotado as hipóteses de o fazer, feito o possível e o impossível, nem que pedisse emprestado a um amigo, para tentar tomar posse imaculado. Não o fez. E por isso, para mim, está despedido.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Mas os senhores importam-se?

Ouvir a comunicação social dissecar as primeiras medidas do Governo e a oposição a exigir os tais "cortes na gordura", governo este que (só para os mais distraídos) tomou posse há menos de 2 semanas, é no mínimo delirante.

Senão vejamos: uma semana após a tomada de posse, decreta-se que em viagens na Europa, os membros do Governo passarão a viajar em económica (para dar um exemplo, um voo Lisboa-Frankfurt-Lisboa em executiva - a meio da semana - custa cerca de 900 € e em económica custa cerca de 250 €), que as viaturas oficiais são para ser usadas unicamente em actos oficiais e não para uso total, que se extinguirão os Governos Civis, que se vão cortar cargos de direcção em alguns organismos do Estado e temos a oposição a dizer que não são medidas destas que irão resolver o problema das contas do Estado.
Na minha modesta opinião uma coisa urgente a dar aos portugueses são exemplos, para que rapidamente estejamos todos a contribuir para resolver o problema das contas do Estado.
E de preferência bons exemplos.

É que se se recordam, nos últimos 10, 15, 20 anos, os portugueses faziam aquilo que viam os outros fazer. Se o banco emprestava ao vizinho do 3º Dto para comprar o BMW, também haveria de emprestar ao do 4º Esq para o Audi.
E as férias? então o do 8º Frente foi para Cuba e o do 2º Dto ía para a casa dos sogros em Palmela? E o frigorifico? E a máquina de lavar eletrónica? E a Bimby? E o Plasma/LCD HD?
Entretanto alguém bate à porta para cobrar (e como não se podia pagar devolvia-se tudo menos o BMW ou o Audi, porque havia que manter a aparência - do tipo "Ó Luís fico melhor no Audi ou no BM?").
Foi o que aconteceu a Portugal.
Durante anos gastou o que tinha e o que não tinha e, como seria de esperar, um dia o cobrador do fraque (disfarçado de Angela Merkel) bateu à porta do Ministro das Finanças com a factura na mão.

Agora que temos um Governo que procura arrumar a casa dando uma série de exemplos para voltar a dar alguma credibilidade ao país, vem a oposição dizer que é tudo "show-off", simples medidas "popularuchas" para atirar areia para os olhos dos portugueses (e desculpem que Vos diga, que nestes dias, TODAS as pessoas -ainda bem que não conheço o João Galamba - com que tenho falado têm sido unânimes considerando uma surpresa muito positiva ver este Governo a tentar dar o exemplo).

Ora se é demagogia cortar nos cêntimos então por favor vamos ser todos demagogos.
É delirante ouvir políticos profissionais dizerem barbaridades do género: "não são 2 milhões de euros que resultarão de extinguir uns cargos de direcção que vão resolver a crise". Lógico, o dinheiro não é deles, ninguém os irá responsabilizar legalmente se estoirar 20 ou 30 milhões em projectos inócuos para a melhoria do bem estar dos contribuintes!!!
É verdade que um milhão, numa divida de muitos mil milhões de euros não fazem grande diferença (a mim faz, mas isso sou só eu que sou picuinhas), mas um milhão aqui e outro ali, rapidamente se chega à conclusão de que afinal são muitos milhões.
E convém recordar que o dinheiro que o Estado gasta todos os dias é dos contribuintes.
Por isso fico muito contente quando vejo um Governo a dar estes exemplos.
Por isso pergunto mais uma vez, os senhores importam-se de deixar os senhores governar? Nós, os contribuintes, agradecemos!!