Fala-barato

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This is not a parrot

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Promessas leva-as o vento....

Vem este meu desabafo no seguimento das noticias que hoje davam como suspensa uma promessa que o actual Governo fez durante a campanha eleitoral, no caso da atribuição de um prémio aos melhores alunos do ensino secundário.

É óbvio que ninguém gosta de ver suspensos prémios a jovens que se esforçam por obter melhores resultados. Notem que não estou a dizer que se esforçam por aprender mais. É propositada esta diferenciação, pois nos últimos anos eram premidados os resultados e não o nível de sabedoria efectiva que cada um destes alunos adquiriu ou adquire.
Daí a minha satisfação por ouvir o Ministro da Educação ao falar de exigência no ensino.

Voltando ao tema das promessas, mais uma vez fica patente que é impossível continuarmos a fazer campanhas eleitorais fazendo promessas que não se sabe se se vão poder implementar.
Os eleitores parece que gostam de ouvir que o partido A ou B vai realizar promessas que lhes soam bem ao ouvido, e os partidos acham que devem comunicar esses "sound-bites" pois acreditam que serão esses que lhes garantem a eleição.

Mais uma vez fica provado que é o caminho errado, se tivermos em conta principios como a seriedade, a ética e a responsabilidade.
E este caminho é errado quer para os partidos e para os seus líderes, que se descredibilizam fortemente e é errado para os eleitores pois continuam a pensar e a decidir o seu voto tendo por base uma realidade que só existe na cabeça dos líderes partidários.

E a provar que o caminho das promessas megalómanas em campanha não é o correcto, é o facto de que o Governo estar a implementar medidas duras, e as sondagens dão ao partido que apoia o Governo um valor superior ao obtido nas eleições. Até a credibilidade do PM actual é mais elevada do que quando era líder da oposição.

Há meses que estamos a receber sinais que financeiramente estamos a bater no fundo e como tal não me choca que medidas como esta sejam suspensas ainda antes de serem implementadas.
Choca-me que o partido que hoje governa tenha feito uma campanha em que o grosso das promessas não esteja a ser cumpridas, em especial as financeiras, e choca-me ainda mais que o partido agora na oposição tenha feito uma campanha em que transmitiu que Portugal estava numa situação que manifestamente só exisitia na cabeça do Eng. Sócrates.

Quanto aos primeiros, até percebo que não sabendo qual era a real situação económica do país possa ter ido além do que deviam em termos de promessas, não desculpo o antigo Primeiro Ministro que sabendo o que sabia tentou enganar deliberadamente os eleitores.

Espero que ambos tenham aprendido a lição e que em eleições futuras se coibam de fazer promessas que não têm 100% certeza poderem realizar.
Eu agradeço e tenho a certeza que a grande maioria dos eleitores também.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Dívida da Madeira

A grande diferença aparente nas derrapagens que se verificam no orçamento regional da Madeira, é que não vimos ninguém dos envolvidos a enriquecer rapidamente. Esse é um facto.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

O segredo de Estado, a violência doméstica e o corno

Finda a silly season, que em abono da verdade este ano foi mais silly do que é normal, digno-me a voltar às lides da escrita na certeza de que se não o fizesse dentro em breve seria erradicada deste Blog como se nunca nele tivesse existido. Os motivos do silêncio prolongado e prazeroso não foram, infelizmente, as tão merecidas férias, que essas ainda estão por chegar. Os motivos prenderam-se todos, sem excepção, com a pura estupefacção da qual fui acometida pelos desaires do Estado e pela incapacidade dos seus agentes de manterem segredos, pela falta de jeito do “novo” governo em lidar com alguns assuntos, pela sede de sangue da comunicação social, alimentada em larga medida pelo prazer que o povo português retira da desgraça alheia, e pela falta de respeito demonstrada pelo próximo.

Nos últimos meses tornou-se moda falar de segredo de Estado, a larga maioria das vezes sem se saber muito bem qual o verdadeiro alcance do conceito e quais as reais implicações da sua violação. Sim, porque até o leitor mais desatento e juridicamente desinformado saberá, a esta altura, que a violação do segredo de Estado consubstancia um crime punível com pena de prisão de 2 a 10 anos consoante o agente que o comete e as circunstâncias em que é praticado. Mas o que o incauto leitor pode não saber é que o segredo de Estado é um crime cuja prova se enquadra numa categoria que, desde os tempos da Faculdade de Direito, sempre me foi muito cara – a “diabólica probatio” (ou “probatio diabólica” para os mais puristas – eu, pessoalmente, prefiro a primeira) que consiste simplesmente numa grande dificuldade ou mesmo impossibilidade de provar o que se alega. A prova diabólica é, em suma, aquela que é praticamente impossível de realizar. Eis o que acontece com o crime de violação de segredo de Estado – como é que se prova o cometimento de um crime que, na minha modesta opinião, foi concebido de forma tão detalhada e tão cheia de conceitos indeterminados que cai no vazio de não poder ser provado?

E o que tem o crime de violação de segredo de Estado a ver com o crime de violência doméstica? Aparentemente, nada. Mas se colocarmos o Estado no lugar de vítima e os alegados violadores de segredo de Estado no lugar de agressores encontramos a analogia perfeita entre o Estado e a mulher que leva porrada do marido e que volta sempre para casa na esperança de que ele um dia há-de mudar.

E o corno? O corno, como sempre, são alguns dos intervenientes forçados nesta história de horrores que apanhados na curva de uma trapalhada institucional são, pasme-se, sempre os últimos a saber.

Phalanx

Falanges



Assistimos nestes últimos anos a um enriquecimento anormal e súbito, de um conjunto de pessoas que nao deve nada aos Valores nem ao Mérito. Essa nova classe colonizou o Estado, serviu-se e serviu os interesses de quem quis manter o Poder, a qualquer preço. Por isso, nao constitui uma elite, mas sim uma Falange, que se vergou ao vil metal. E esses são os mercenários do expediente e do enriquecimento ilícito, contratados a peso de ouro pelos que governaram. Ambos são responsáveis pela situação actual.

Falanges

Assistimos nestes últimos anos a um enriquecimento anormal e súbito, de um conjunto de pessoas que nao deve nada aos Valores nem ao Mérito. Essa nova classe colonizou o Estado, serviu-se e serviu os interesses de quem quis manter o Poder, a qualquer preço. Por isso, nao constitui uma elite, mas sim uma Falange, que se vergou ao vil metal. E esses são os mercenários do expediente e do enriquecimento ilícito, contratados a peso de ouro pelos que governaram. Ambos são responsáveis pela situação actual.

sábado, 3 de setembro de 2011

Por Favor....

Daqui lanço um repto ao Governo (pois tenho a certeza que o Fala-Barato faz parte das leituras regulares do Primeiro Ministro)...
Por favor, não anunciem mais cortes históricos na despesa!!
Não o façam, por vários motivos.

Primeiro, porque sempre que o fazem, aumentam os impostos e sobrecarregam ainda mais a classe média portuguesa;

Segundo, sempre que anunciam "cortes históricos", "como nunca antes aconteceram", "os maiores de sempre da história de Portugal", estão a elevar tanto as expectativas que se por algum acaso esses cortes vierem a ter lugar e sejam eles quais forem, irão sempre saber a pouco;

Terceiro, infelizmente os portugueses tiveram uma equipa governativa (a anterior) que falava muito e fazia nada...Por isso é inadmissível que o Governo tenha uma equipa de comunicação que neste aspecto se está a portar com um amadorismo atroz.
Ou então são sado-masoquistas, o que também é uma hipótese. Gostam de criar a si próprios cenários complicados de gerir para depois se entreterem a encontrar soluções para resolver os problemas que os próprios criaram.
Eu preferia que se limitassem a comunicar o mínimo possível, e de preferência que não andassem a elevar expectativas quando sabemos que os tempos que se avizinham são de uma dureza brutal (escuso-me a utilizar a palavra colossal - parece que agora a oposição adora a palavra).
Já chega de conferências de imprensa completamente inúteis para o estado de espírito de quem paga impostos e não consegue perceber se o esforço que está a ser pedido vai resultar em beneficio para o país ou não e acima de tudo se vai trazer benefícios aos nossos bolsos ou não (já não me importo que seja daqui a 10 anos).

Por isso daqui segue o meu apelo, por favor, estejam calados e trabalhem de modo a que quando houver cortes definidos, se possa então fazer o anúncio dos mesmos, com valores estimados de poupança, alternativas para os custos sociais (se os houver), soluções para os funcionários que vierem a ser eventualmente dispensados, enfim, fazer uma conferência de imprensa a sério.

Se quiserem ajuda, liguem-me. Eu preparo tudo...e de borla!!!!