Fala-barato

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This is not a parrot

sexta-feira, 17 de junho de 2011

XIX Governo Constitucional da República Portuguesa

Confesso que me espantou a rapidez com que se formou um Governo depois de o XVIII Governo Constitucional ter colocado o país em pré-bancarrota. Antes de mais dar os parabéns aos que aceitaram o desafio e votos de que cumpram aquilo para que foram eleitos: SERVIR OS PORTUGUESES!!!!
Não percebo porque ainda se perde tempo a comentar as eventuais recusas, pois desde pequeno ouço a expressão "dos fracos não reza a história", imortalizada numa música dos Heróis do Mar (Brava Danças dos Heróis - http://www.youtube.com/watch?v=D5o0Lj32H2M&feature=related).
Não aceitaram? Paciência.
Possivelmente tinham "cenas" para fazer mais importantes do que ajudar o seu país a ultrapassar a maior crise económica da sua história.
Esperemos sim, que no fim do ciclo governativo que agora começa os corajosos eleitos possam gritar bem alto "Cantemos alto nossa vitória".
Se isso acontecer é sinal de que eu estarei lá a gritar também, pois é sinal de que quem ganhou foi Portugal.
Quanto aos novos Ministros, a todos eles dou o beneficio da dúvida e não vou criticar nenhum...por enquanto!!!!!
Começando pelas Finanças, e ouvidos praticamente todos os comentadores, parece-me unânime a escolha, referindo o Dr. Vítor Gaspar como um dos melhores da sua geração e como não o conheço nem pessoalmente, politicamente ou profissionalmente, não posso ir mais longe do que aquilo que já hoje ouvi comentar sobre ele.
Na Economia, Álvaro Santos Pereira parece-me ser também uma escolha certa. Independente, com pensamento e ideias próprias, só espero as possa colocar em prática politicamente (o que nem sempre é fácil).
Fez uma das mais lúcidas leituras do estado da nação (em termos económicos) que vi durante a campanha e se conseguir resolver o que enunciou no seu comentário no Blogue Desmitos - http://desmitos.blogspot.com/2011/04/os-verdadeiros-factos-da-campanha.html ,só por isso merece a minha concordância com a escolha.
O MNE está entregue a Paulo Portas, que espera obter desta passagem pelo Governo um trampolim para vôos mais altos na Europa ou noutro poleiro político qualquer. Vamos ver é se não lhe falta força a bater as asas durante o seu voo e se espalha ao comprido.
Substituir Luís Amado não será fácil!!!
Não comentarei as escolhas provenientes dos aparelhos partidários, Miguel Relvas e Miguel Macedo (não incluo aqui o Dr. Aguiar Branco nem Paula Teixeira da Cruz pois não os considero um produto do aparelho partidário), pois são isso mesmo, escolhas do aparelho, e estão lá para acalmar as estruturas partidárias.
Miguel Relvas ficará com as autarquias, o que dá um "jeitaço" para as eleições autárquicas de 2013, mas o que se pode fazer? Não nos podemos esquecer que Pedro Passos Coelho é também líder do PSD e como tal o partido tem como objectivo ganhar essas eleições.
De Aguiar Branco e Paula Teixeira da Cruz serão Ministros de pulso, mas temo que a Ministra da Justiça tenha uma vida mais complicada do que o da Defesa. Não será fácil lidar com os lobbies do sector. Advogados, Magistrados (copiando ou não), funcionários administrativos e respectivos sindicatos não darão descanso à Ministra.
As escolhas do CDS são uma surpresa, mas não os conhecendo são uma incógnita para mim. Tenho de Assunção Cristas uma boa imagem, de seriedade e de rigor, mas temo que sendo um dos maiores Ministérios e com um nível técnico muito elevado, terá de se rodear de uma equipa de secretários de estado de elite para fazer face ás especificidades das áreas que irá tutelar.
Por fim, Paulo Macedo.
O homem que não valia um vencimento de 25 000 €, mas que quando saiu, creio que toda a Direcção Geral de Contribuição e Impostos teria abdicado de parte dos seus vencimentos para o manter no lugar (incluindo os funcionários comunistas, que perceberam que não é o vencimento que importa, mas sim os resultados que esse vencimento produz). Uma chapada de mão bem aberta para todos os que o criticaram.
Agora terá pela frente a difícil tarefa de cativar os médicos, enfermeiros, farmacêuticos, maqueiros, anestesistas, radiologistas, administrativos, porteiros, seguranças (ai estes são contratados externamente?E não se queixam de perder nenhum direito adquirido?não terão no acordo de prestação de segurança direito a consultas gratuitas para todo o agregado familiar?)...esqueci-me de alguém?Ah, claro e os Sindicatos!!!!
É, a tarefa não será fácil, mas tenho a certeza que o Dr. Paulo Macedo irá colocar em ordem a Saúde, mantendo o SNS para quem realmente necessita dele e optimizando os recursos do Estado nesta área de tão sensível gestão.
Posto isto, só lamento as opiniões dos deputados da oposição que, ainda o Governo não tomou posse, e já criticam ferozmente o que acham que os novos Ministros irão fazer. A isso chamam-se conjecturas e não são comentários dignos de representantes da nação que acabaram de ser eleitos.
Caramba, pelo menos deixem os senhores tomarem posse!!!!!

2 comentários:

Luís Sousa disse...

Como me esqueci do Ministro da Educação, aqui fica o comentário de Pedro Santos Guerreiro (Negócios Online) sobre Nuno Crato: "Como Paulo Macedo, é uma excelente escolha, mas tem de provar que sabe sair da academia para a política. É um “liberal” na educação, no sentido em que “liberal” significa premiar o mérito e acabar com o “eduquês”, que ele assumidamente abomina (e abomina bem). Aqui também não há dúvidas. Com Nuno Crato, quem chumbar chumba, quem estudar passa, os exames serão difíceis e as estatísticas serão portanto piores – mas os resultados serão talvez melhores. Haverá maior separação entre os bons e os maus alunos, espera-se que também entre os bons e os maus professores. Porque o nivelamento educacional valoriza a mediocridade, desincentiva o brilhantismo e nivela por baixo. Crato só não provou uma coisa: que tem cabedal que chegue para a pressão política brutal que, se fizer o que se espera, terá. Homem pacato, cordato, cordial, vai ter de ser um leão para aguentar."

JCM (João Carlos Martins) disse...

Na generalidade concordo com a tua reflexão. Deixa-me acrescentar que, para mim, as escolhas também revelaram equilíbrio político. Além disso, são (teoricamente) tudo pessoas que têm uma mentalidade mais aberta e de modernidade (no bom sentido) o que pode acrescentar uma nova forma de encarar o estado na sua relação com a sociedade civil e com o povo. Poderá ser uma lufada de ar fresco na política portuguesa e na forma de governar.
Apenas um comentário específico para a escolha de Paulo Macedo: uma grande escolha já que o grande óbice da saúde é a sua saúde financeira. E nisso Paulo Macedo tem provas dadas e reconhecidas por todos. Se essa parte for posta em ordem tudo poderá ser mais fácil para melhorar o SNS.
Resta esperar que este 11 (as metáforas e analogias futebolísticas vão ser uma constante) possa aplicar da melhor forma as medidas da "troika" e que consiga lançar as bases das reformas que Portugal tanto necessita... mentais, logísticas, administrativas, políticas, constitucionais, territoriais, etc...