Fala-barato

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This is not a parrot

domingo, 26 de junho de 2011

Mas que país este!!!!

Mas que país este....
Para quem anda distraído, Portugal é o país dos recordes.
Já tivemos a maior árvore de Natal, a maior bandeira humana, a maior guitarra, o maior "stick" de hóquei e outros que tais, incluindo alguns alimentares (e o pior Primeiro-Ministro do Mundo, mas isso fica para outro comentário).
Não é assim de estranhar que depois do mundo ter decidido quais as 7 Novas Maravilhas do Mundo (cuja cerimónia final deu a Portugal o titulo de maior palco do mundo - http://www.guinnessworldrecords.com/pt/recent_records_5.aspx), o país tivesse sentido a necessidade de dar a conhecer as 7 Maravilhas de Portugal.
Um sucesso!!!!
Daí à vontade de divulgar o universo gastronómico nacional, eis que alguém se lembra de criar uma nova maneira de dar a conhecer a gastronomia nacional com um evento a que foi dado o nome original de "7 Maravilhas da Gastronomia".
Anos de estudo e cerca de 70 comissões parlamentares foram seguramente necessárias para se chegar a este nome tão original.
Poderia ter sido "Os Melhores Petiscos Para Se Encher de Colestrol" ou, talvez para cativar o mercado internacional, "Portugueses Eat Better".
Ficaram-se pela originalidade das "7 Maravilhas da Gastronomia" (http://www.7maravilhas.sapo.pt/votacao/).
Eu vou ficar ansiosamente a aguardar que apareçam os concursos "7 Maravilhas Liquidas" onde espero que o Licor de Merda (é mesmo assim que se chama http://licordemerda.no.comunidades.net/) obtenha uma posição honrosa, ou as "7 Maravilhas Locais de Cada Local ou Região" (que poderão depois resultar nas "7 Maravilhas da Freguesia", onde seguramente estará incluída a filha da D. Odete da Papelaria aqui do bairro).
E assim vamos entretendo a malta de Maravilha em Maravilha.
O problema é que no país onde existem tantas Maravilhas (incluindo a filha da D. Odete), cada vez menos há dinheiro para visitar ou comer tanta Maravilha, e já começa mesmo a escassear para ir comprar o Expresso e as revistas semanais à D. Odete (a filha, lembram-se?).
Sendo assim resta-me esperar que as Amêijoas à Bulhão Pato consigam cilindrar o Xarém com Conquilhas e que o Pastel de Belém arrume de vez com os Pastéis de Tentúgal.
Tarefa mais difícil terá o Bacalhau à Gomes de Sá que se terá de haver com o Polvo Assado no Forno e a Sardinha Assada...
Enfim, vida difícil terão também os portugueses que terão de experimentar todas as iguarias (se não o fizerem o resultado final estará obviamente adulterado), o que na realidade até deverá ser uma tarefa bem do agrado da maioria da generalidade da população (e muito em especial dos detentores de estabelecimentos de comes e bebes). Quem de nós não tem um amigo que a meio de um bom repasto está já a programar o almoço e o jantar das próximas 3 semanas??
Eu tenho vários!!!





quinta-feira, 23 de junho de 2011

Eu preferia...e você?

Ao ver esta peça da TVI - http://www.tvi24.iol.pt/sociedade/face-oculta-processoq-socrates-escutas-recorte-tvi24/1262362-4071.html - a primeira coisa que me vem à cabeça é ESTADO DE DIREITO.

A nossa Constituição (artº 2º) caracteriza o o nosso pais como Estado de Direito da seguinte forma, que passo a citar:
"A República Portuguesa é um Estado de direito democrático, baseado na soberania popular, no pluralismo de expressão e organização política democráticas, no respeito e na garantia de efectivação dos direitos e liberdades fundamentais e na separação e interdependência de poderes, visando a realização da democracia económica, social e cultural e o aprofundamento da democracia participativa."

Contudo é na democracia norte-americana que encontramos a mais correcta descrição do que é um Estado de Direito:
"Estado de Direito significa que nenhum indivíduo, presidente ou cidadão comum, está acima da lei. Os governos democráticos exercem a autoridade por meio da lei e estão eles próprios sujeitos aos constrangimentos impostos pela lei.
As leis devem expressar a vontade do povo, não os caprichos de reis, ditadores, militares, líderes religiosos ou partidos políticos auto-nomeados.
Por esta razão, os juízes devem ter uma formação sólida, ser profissionais, independentes e imparciais. Para cumprirem o papel necessário no sistema legal e no político, os juízes devem estar empenhados nos princípios da democracia.
Os cidadãos nas democracias estão dispostos a obedecer às leis da sua sociedade, então, porque estas são as suas próprias regras e regulamentos.
A justiça é melhor alcançada quando as leis são criadas pelas próprias pessoas que devem obedecê-las.
No Estado de Direito, um sistema de tribunais fortes e independentes deve ter o poder e a autoridade, os recursos e o prestígio para responsabilizar membros do governo e altos funcionários perante as leis e os regulamentos da nação." (in http://www.embaixada-americana.org.br/democracia/law.htm)

Com estas breves descrições da definição de Estado de Direito e pegando na peça da TVI só me resta admitir que me parece que durante 6 anos, Portugal não foi propriamente um Estado de Direito.
A verdade é que o Eng. José Sócrates, ex-Primeiro Ministro da República Portuguesa, não quis esclarecer a verdade sobre o processo Face Oculta, provando assim que nada tinha a a ver com as negociatas pouco claras no licenciamento do Freeport, enquanto foi Ministro do Ambiente.
Acrescente-se que se corre o risco de que nenhum dos intervenientes (não sei se já foram acusados formalmente ou não) venha a ser acusado ou caso já tenham sido acusados formalmente de verem o Tribunal decidir sobre a sua culpa ou inocência.
Durante anos, investigou-se, deduziu-se prova (ou acusação...não sou advogado, por isso não sei utilizar a terminologia correcta), enfim gastaram-se milhares de Euros num processo que vai terminar....em nada!!
Não sei se serão culpados ou não, incluindo o Eng. Sócrates, mas sei que das dúvidas nenhum deles se livrará e pelo andar do processo parece que nenhum de nós irá realmente saber o que se passou.
E é aqui que um homem, um político, mostra o seu carácter.
Eu pessoalmente preferia que se esclarecesse toda a verdade e limpar o meu nome.
Outros pelos vistos preferem esquartejar processos, fazendo assim crescer ainda mais a dúvida sobre a sua culpabilidade e ficarem para sempre conotados com um processo de corrupção do qual parece que nunca se conseguirá descobrir a verdade, e pelos vistos viverem tranquilamente com essa dúvida sobre as suas cabeças.
Eu por mim preferia a verdade..e você?

segunda-feira, 20 de junho de 2011

So What?

Fernando Nobre não foi eleito Presidente da Assembleia da República. So what?
Qual é o problema? Qual é o problema de um líder de um partido manter o compromisso que assumiu com um candidato independente e com os eleitores do seu partido?
Obviamente que muitos dos que votaram no PSD para as eleições legislativas do passado dia 5 de Junho, não o fizeram com o objectivo de ter Fernando Nobre como 2ª figura da República Portuguesa.
Mas se o presidente do PSD achou que essa era a melhor solução para o cargo e se mesmo contra todas as previsões que davam como certa a derrota do seu candidato ao lugar, manteve o seu apoio ao candidato, creio que se devia enaltecer a posição do líder do PSD por manter o compromisso (coisa que eu sei os portugueses não estavam habituados a ver num político).
Acima de tudo creio que se devia enaltecer a posição de Fernando Nobre que, ao perceber que não haveria consenso no resultado, retirou a sua candidatura.
Não vejo em Fernando Nobre as qualidades políticas (e este cargo é um cargo politico) necessárias para exercer da melhor forma as funções para as quais se candidatava e portanto não estou decepcionado com o resultado.
Porém, se por um lado estou um pouco desiludido com a leitura da situação política por parte do PSD e de Pedro Passos Coelho, pois apesar das boas intenções em levar um independente a liderar a AR (de que eu discordo), não o deveria ter feito com uma personalidade que já sabia não iria reunir consenso, por o outro estou satisfeito por finalmente ver alguém a tomar decisões e a arriscar novos cenários políticos sem o calculismo político que reinou nos últimos 6 anos.
Pedro Passos Coelho saberia melhor que ninguém que a aposta era arriscada e que arriscaria mesmo perder esta votação. Mesmo assim, seguiu a sua convicção e manteve o compromisso assumido. Umas vezes ganha-se e outras perde-se.
No fim, espero que tudo somado ganhe o País.


Fiquei também muito pasmado com a cobertura jornalística que hoje foi feita ao primeiro dia do novo Parlamento e em especial à cobertura dada a Fernando Nobre.
Foram deprimentes as alusões ao facto de que ninguém falava com ele, quase como se de um "desgraçadinho" que por ali deambulava sem ninguém lhe dirigir a palavra e que ninguém cumprimentava e que, quando o faziam, não estavam mais do que uns segundos à conversa com o senhor. So what?
Será isto jornalismo? Será isto notícia? Será mesmo isto que os portugueses querem ver ou saber?
Notícia foi: Fernando Nobre não teve os votos suficientes para ser eleito e o PSD terá de encontrar um novo candidato. PSD perdeu a aposta, mas manteve a palavra! E o CDS mostrou ao PSD que terá de contar mesmo com ele para tudo o que quiser aprovar na AR.
Notícia será: Fernando Nobre irá manter-se como deputado até quando e como irá resolver ele a sua renúncia ao cargo de deputado (sim, porque não tenho muitas dúvidas de que o fará mais tarde ou mais cedo)?
Tudo o resto foi folclore e serviu para nada.

domingo, 19 de junho de 2011

Regime Austeritário

Depois desta travessia de 16 annus horribilis, há quem diga que é  mais tempo, que é desde o dia da liberdade, o genuíno, o dia 25 de Novembro de 1975, entramos finalmente, -espera-se-, numa nova era e num novo regime: Entramos agora, num "Regime Austeritário". Numa perspectiva dos expulsos e principais responsáveis, os tais do crescimento 0, os que duplicaram a dívida, os  que puseram o peso do Estado em 50% do PIB, este Estado será austero e autoritário . Os mesmos que "colonizaram" o Estado,  que trocaram bifanas e excursões pela Nacionalidade de imigrantes indefesos, que mentiram quase sempre, que fugiram à Justiça, ela também uma Província desses mesmos colonos. Esses, cuja principal política foi a cosmética, a estética e uma imagem que lhes permitisse continuar no Poder. Esses que enriqueceram à velocidade da informação, que fecharam jornais, despediram jornalistas, faliram empresas, que desempregaram. Mas que ainda fizeram pior, fizeram com que o Indivíduo na sua liberdade de escolher, deixasse de poder sonhar. Fizeram com que o Indíviduo na sua liberdade, preferisse ser empregado, a ser empresário. Coartcaram-lhe os sonhos e mascararam oportunidades, quase sempre para "inglês ver". Deixaram de ensinar, e passaram a facilitar. Desresponsabilzaram e nivelaram por baixo.À boa maneira socialista baixaram o olhar ao indivíduo e exportaram à força a excelência de cada um, não o produto dela.  Montaram uma rede magestática e biunívoca, que simultaneamente tanto protegeu criminosos como financiou os seus desígnios. Na óptica dos vencedores e também na minha, o Regime vai ser austero, mas libertário. Libertário das capacidades indivíduais, não no sentido anarquista, nem no Nozickiano, mas sim no sentido de libertar o indivíduo deste Estado esmagador, castrante e gigantesco, o mesmo que foi expulsando os melhores. Vai libertar o Estado dos interesses económicos e partidários. Vai ser um longo caminho, mas melhor para os que virão. Que permita sonhar, pelo menos. 

sexta-feira, 17 de junho de 2011

XIX Governo Constitucional da República Portuguesa (II) (ou plágio do título do Luís)

A propósito das nomeações ministeriais apenas duas notas: há ministros que me agradam e que fazem todo o sentido nos lugares para os quais foram, ou irão ser, nomeados, e outros que, pelo contrário, me causam repulsa.

Mas, sendo eu um ser humano dotado de paixões arrebatadoras ou ódios de morte, nada disto é de espantar!

O que de facto me aborrece de forma quase absoluta são as especulações baratas e sem sentido acerca do facto de os governos de coligação, desde o 25 de Abril, nunca terem chegado ao termo do seu mandato. Chegue, ou não, ao termo do seu mandato, e esperemos que sim, para bem de todos nós e deste cantinho à beira-mar plantado a que chamamos Portugal, já estou como o Luís diz – “pelo menos deixem os senhores tomar posse!!!”. Deixem os senhores tomar posse e seja o que Deus Nosso Senhor quiser!!! (e depois desta apologia catolico-cristã vou ser banida do Fala-Barato)

XIX Governo Constitucional da República Portuguesa

Confesso que me espantou a rapidez com que se formou um Governo depois de o XVIII Governo Constitucional ter colocado o país em pré-bancarrota. Antes de mais dar os parabéns aos que aceitaram o desafio e votos de que cumpram aquilo para que foram eleitos: SERVIR OS PORTUGUESES!!!!
Não percebo porque ainda se perde tempo a comentar as eventuais recusas, pois desde pequeno ouço a expressão "dos fracos não reza a história", imortalizada numa música dos Heróis do Mar (Brava Danças dos Heróis - http://www.youtube.com/watch?v=D5o0Lj32H2M&feature=related).
Não aceitaram? Paciência.
Possivelmente tinham "cenas" para fazer mais importantes do que ajudar o seu país a ultrapassar a maior crise económica da sua história.
Esperemos sim, que no fim do ciclo governativo que agora começa os corajosos eleitos possam gritar bem alto "Cantemos alto nossa vitória".
Se isso acontecer é sinal de que eu estarei lá a gritar também, pois é sinal de que quem ganhou foi Portugal.
Quanto aos novos Ministros, a todos eles dou o beneficio da dúvida e não vou criticar nenhum...por enquanto!!!!!
Começando pelas Finanças, e ouvidos praticamente todos os comentadores, parece-me unânime a escolha, referindo o Dr. Vítor Gaspar como um dos melhores da sua geração e como não o conheço nem pessoalmente, politicamente ou profissionalmente, não posso ir mais longe do que aquilo que já hoje ouvi comentar sobre ele.
Na Economia, Álvaro Santos Pereira parece-me ser também uma escolha certa. Independente, com pensamento e ideias próprias, só espero as possa colocar em prática politicamente (o que nem sempre é fácil).
Fez uma das mais lúcidas leituras do estado da nação (em termos económicos) que vi durante a campanha e se conseguir resolver o que enunciou no seu comentário no Blogue Desmitos - http://desmitos.blogspot.com/2011/04/os-verdadeiros-factos-da-campanha.html ,só por isso merece a minha concordância com a escolha.
O MNE está entregue a Paulo Portas, que espera obter desta passagem pelo Governo um trampolim para vôos mais altos na Europa ou noutro poleiro político qualquer. Vamos ver é se não lhe falta força a bater as asas durante o seu voo e se espalha ao comprido.
Substituir Luís Amado não será fácil!!!
Não comentarei as escolhas provenientes dos aparelhos partidários, Miguel Relvas e Miguel Macedo (não incluo aqui o Dr. Aguiar Branco nem Paula Teixeira da Cruz pois não os considero um produto do aparelho partidário), pois são isso mesmo, escolhas do aparelho, e estão lá para acalmar as estruturas partidárias.
Miguel Relvas ficará com as autarquias, o que dá um "jeitaço" para as eleições autárquicas de 2013, mas o que se pode fazer? Não nos podemos esquecer que Pedro Passos Coelho é também líder do PSD e como tal o partido tem como objectivo ganhar essas eleições.
De Aguiar Branco e Paula Teixeira da Cruz serão Ministros de pulso, mas temo que a Ministra da Justiça tenha uma vida mais complicada do que o da Defesa. Não será fácil lidar com os lobbies do sector. Advogados, Magistrados (copiando ou não), funcionários administrativos e respectivos sindicatos não darão descanso à Ministra.
As escolhas do CDS são uma surpresa, mas não os conhecendo são uma incógnita para mim. Tenho de Assunção Cristas uma boa imagem, de seriedade e de rigor, mas temo que sendo um dos maiores Ministérios e com um nível técnico muito elevado, terá de se rodear de uma equipa de secretários de estado de elite para fazer face ás especificidades das áreas que irá tutelar.
Por fim, Paulo Macedo.
O homem que não valia um vencimento de 25 000 €, mas que quando saiu, creio que toda a Direcção Geral de Contribuição e Impostos teria abdicado de parte dos seus vencimentos para o manter no lugar (incluindo os funcionários comunistas, que perceberam que não é o vencimento que importa, mas sim os resultados que esse vencimento produz). Uma chapada de mão bem aberta para todos os que o criticaram.
Agora terá pela frente a difícil tarefa de cativar os médicos, enfermeiros, farmacêuticos, maqueiros, anestesistas, radiologistas, administrativos, porteiros, seguranças (ai estes são contratados externamente?E não se queixam de perder nenhum direito adquirido?não terão no acordo de prestação de segurança direito a consultas gratuitas para todo o agregado familiar?)...esqueci-me de alguém?Ah, claro e os Sindicatos!!!!
É, a tarefa não será fácil, mas tenho a certeza que o Dr. Paulo Macedo irá colocar em ordem a Saúde, mantendo o SNS para quem realmente necessita dele e optimizando os recursos do Estado nesta área de tão sensível gestão.
Posto isto, só lamento as opiniões dos deputados da oposição que, ainda o Governo não tomou posse, e já criticam ferozmente o que acham que os novos Ministros irão fazer. A isso chamam-se conjecturas e não são comentários dignos de representantes da nação que acabaram de ser eleitos.
Caramba, pelo menos deixem os senhores tomarem posse!!!!!

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Sinceramente Dr. Pacheco Pereira....

Sim, Dr. Pacheco Pereira, sinceramente não o entendo...
O Sr. e a candidatura que tão combativamente defendeu em 2009 (e eu também), a da Dra. Manuela Ferreira Leite, teve o "pássaro" na mão e deixou-o fugir.
Aliás, na minha modesta opinião de simples eleitor, nessa altura vi-me aflito para justificar o meu voto no PSD e na Dra. Manuela Ferreira Leite, pois os erros que a sua campanha (lembra-se que teve uma participação muito activa nessa campanha, não se lembra?) cometeu, foram mais que muitos.

A máquina de comunicação do PS (que foi a mesma desta campanha) triturou completamente a sua estratégia e nunca o vi assumir a sua quota parte de responsabilidade nessa derrota, quando 2 meses antes do período eleitoral a Dra Manuela Ferreira Leite tinha muitos pontos percentuais de vantagem sobre o Engº Sócrates.
Por isso sinceramente não compreendo que neste momento, em que os eleitores decidiram dar um novo rumo de governação ao país e é necessário um esforço de todos para ultrapassar com distinção o desafio que o Memorando do FMI/CE/BCE nos colocou em cima da mesa, a sua preocupação (a de que discordo do "timming", porque a parte referente à foto do Expresso, eu também concordo consigo), na sua coluna de hoje da revista Sábado, é menorizar os resultados eleitorais do SEU partido e por consequência do líder do PSD, Pedro Passos Coelho.

No mínimo, da sua parte, o Primeiro Ministro indigitado merece o beneficio da dúvida.

O que certamente não precisa (nem o PM, nem o país) é que a título da independência de pensamento, quando ainda nem sequer começou realmente a governar, já esteja a ser colocada em causa a sua legitimidade.

Compreende-se essa postura na Clara Ferreira Alves, do Emídio Rangel e de todos os comentadores ADNP (Anti-Direita No Poder).

Será possivelmente verdade que os 38,65% (2 159 742 votos) de portugueses que votaram em PPC não leram o programa do PSD.

Mas é seguramente verdade que a mesma coisa também aconteceu com as 12 eleições anteriores.

Assim, repito, não percebo qual a sua motivação para tal comentário...possivelmente será só uma mesquinha vontade de se vingar por algumas declarações de PPC na altura em que era oposição da Dra. Manuela Ferreira Leite...se assim for, sinceramente, não esperava isso de si!!!!

segunda-feira, 13 de junho de 2011

E esta hein??

Uma semana depois de um dos piores resultados de sempre do PS, gosto de ver os comentadores conectados com o PS a debitar sobre o que o novo governo deverá fazer....durante 15 anos não opinaram sobre o que a governação de António Guterres e de José Sócrates (mas naqueles 2 anos de Barroso e Santana Lopes lá saíram da obscuridade!!!) fizeram ao país, mas agora já têm opinião muito bem formada sobre este novo período da história de Portugal!!!!E este governo ainda nem tomou posse..imaginem o que será depois de tomarem posse os novos governantes!!!

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Coelhos na cartola

Vá, respirem fundo! Podem ficar descansados – apesar do que possa, à partida, parecer não vou começar a minha colaboração no Fala-Barato com piadas acerca do nome do nosso “soon to be” Primeiro Ministro. Se bem que o título respeita, sem dúvida alguma, à formação do novo Governo. Muitos têm sido os nomes avançados pela comunicação social sob o simpático epíteto de “ministeriáveis”. Devo admitir que a maioria destas previsões têm em mim um efeito semelhante ao das sondagens – causam-me arrepios. E como nisto das previsões nem as meteorológicas nem as astrológicas costumam ser muito acertadas, o melhor mesmo é aguardar até à indigitação do novo Primeiro Ministro e perceber quais os coelhos que sairão da cartola do novo Governo de coligação. Sim, porque teremos, pelo menos, um ou dois.

Apelo a Portugal

Ao receber o convite do Fala Barato para partilhar algo neste blogue, e aproveitando que hoje é o Dia de Portugal, fazia aqui 3 apelos:
1º Apelar ao espírito empreendedor e lutador de todos os portugueses, numa altura em que o país decidiu um novo rumo a seguir de maneira muito esclarecedora, e que todos juntos consigamos levantar Portugal da situação em que uma série de políticos irresponsáveis nos colocaram;
2º Apelar aos novos governantes a que incorporem o espírito para que foram eleitos, no sentido de nos governarem (e não governarem-se), deixando para trás interesses pessoais e partidários, de forma a que a classe política portuguesa possa de novo vir a merecer a credibilidade da população. Para isso é necessária elevação, ética, moral e acima de tudo muito carácter.
3º Apelar ao jornalista e comentadores políticos para se debruçarem sobre aquilo que realmente interessa e deixar de lado o acessório. A elevação dos políticos e do discurso político passa também pela inteligência das perguntas que se lhes colocam e da avaliação séria e imparcial da sua actuação.
Viva Portugal!!!!!!

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Governo de Gestão

Algo de errado se está aqui a passar. Enquanto a Nova AD anda ocupada com a formação do Governo. Portugal negoceia e perde o Alto Comando da NATO em Oeiras, Portugal apoia a recondução de Ban-Ki-Moon, Portugal reconhece o Governo de transição de Benghazi na Líbia, etc etc.. Não acredito que o Governo esteja a comunicar aos eleitos, os passos e os compromissos que tem e o que pretende fazer até sair. Para além de ser um "governo de gestão", o partido que o sustentou perdeu as Eleições. Percebo a pressa do PR, para evitar que estes vão à Cimeira da UE, mas nem uma palavra foi dita sobre isto que andam a fazer.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

O silêncio prudente depois do início da Primavera Árabe e a reorganização do status quo no Médio Oriente. No seu 63º aniversário, a questão é: E agora Eretz Israel?

O silêncio prudente depois do início da Primavera Árabe e a reorganização do status quo no Médio Oriente. No seu 63º aniversário, a questão é: E agora Eretz[1] Israel?



Da última vez que algo semelhante aconteceu no mundo árabe e no médio oriente, Israel sobreviveu e consolidou-se como nação. Com a Crise do Suez de 1956 foi reorganizado o status quo com que se desenvolveram as difíceis relações entre o Estado Judeu e os seus vizinhos. Os EUA cessaram a ajuda à construção da grande Barragem de Assuão no Nilo, pelo facto do Egipto ter encetado um processo de compra de armas à Checoslováquia comunista. À política expansionista da Internacional Comunista liderada pela URSS, contrapunha-se a doutrina de contenção de Truman no mundo maniqueísta da Guerra Fria. Enquanto os primeiros tentavam recrutar influências nas ex-colónias dos impérios, os americanos tentavam conter a ameaça comunista. Os EUA já o tinham feito angariando para a NATO, parceiros como a Turquia e a Grécia em 1952. Nasser era o instrumento perfeito para unir os árabes a uma só voz e numa só nação desde o Magreb ao Mashrek.A oportunidade era única para a URSS expandir a sua influência até ao Sahel, para numa segunda fase apoiar os movimentos independentistas na África subsaariana. Nasser constituía a personificação da centelha revolucionária e recipiente perfeito para protestar e unir o mundo árabe contra as potências “imperialistas” europeias que protegeram as lideranças dessas nações, e que surgiram do desmembramento do Império Otomano pós- II Grande Guerra. Foi também nessa altura que se deu a afirmação de Israel como potência regional.

       "Não podemos ter esse vagabundo (Nasser) metido nas nossas vias de comunicação", disse então o ex-primeiro ministro britânico Winston Churchill, sobre a nacionalização do Canal de Suez. A França também pretendia punir Nasser por apoiar os rebeldes separatistas na Argélia, enquanto Israel queria garantir a circulação das suas mercadorias por mar, pelo Canal de Suez de forma a não ficar dependente apenas do Porto de Eilat no Golfo de Aqba. O pacto mais ou menos secreto entre o Reino Unido, a França e Israel perdeu a contenda, e Nasser foi glorificado e aclamado como herói. Uma força das Nações Unidas ocuparia o Sinai até à Guerra dos Seis Dias em 1967.

        Nessa altura, no pós- II Grande Guerra, floresciam as independências dos impérios coloniais, começadas por Gandhi na Índia. Pode dizer-se que existiam motivações que evoluíam ao encontro de dois paradigmas vigentes: entre o Comunismo Soviético e as Democracias Liberais do mundo ocidental, entre o Capitalismo de Estado e a Economia de Mercado, entre o Mundo Livre dos EUA e seus parceiros, e o Socialismo da URSS imposto e vigiado pelo Pacto de Varsóvia. Hoje, o panorama parece ser bastante diverso, cada actor parece querer seguir o seu próprio caminho de acordo com as suas contingências e características próprias. Enquanto esse movimento se desenvolveu em torno de grandes personalidades como Nasser, numa onda transnacional, hoje não se procura para já, um grande líder que os una. Muitos observadores consideram que essa miragem de um mundo árabe democrático está ainda muito longe de ser alcançada. No entanto, antes da 3ª vaga da Democracia, que começou em Portugal em 1974, também se afirmava que os países católicos da Península Ibérica, da América Central e do Sul, nunca conseguiriam adoptar o modelo democrático ocidental. Enquanto há quase seis décadas esse movimento de revolta visava unir um povo numa grande nação árabe e em torno da figura carismática e autoritária de Nasser, hoje os receios são outros. Esta onda pode congregar desejos de união, não de um povo, mas de um credo. O receio do mundo ocidental bem como o de outros actores como Israel, é que esse mundo árabe em convulsão adopte os paradigmas de governação disponíveis. O temor que se transformem em teocracias islâmicas, adoptando como modelo, o semeado pelo Ayatollah Ruhollah Khomeini em 1979 e radicalizado pelo actual líder do Irão Mahmoud Ahmadinejad.

O receio da “iranização” do mundo árabe e o seu alastramento pelo Islão

       Neste momento revolucionário tão especial que atravessa o mundo árabe, os defensores da desejada Democracia, dos Direitos Humanos, do “rule of law” e da Economia de Mercado, temem que estruturas com décadas de organização e presença no terreno como a Irmandade Muçulmana, iniciem uma “iranização” do mundo árabe. A grande diferença para os tempos de Nasser e Ben Gurion, é que o principal suporte desse movimento internacional pode estender-se desde o nosso vizinho Marrocos até locais remotos como Xinjiang na China, ou mesmo à grande nação muçulmana que constitui a Indonésia. Esse movimento pode congregar povos e culturas tão diferentes como magrebinos, árabes, turcomanos, persas, malaios, afegãos, pashtun, e chineses de entre outros. A influência que pode ter o acesso ao nuclear pelo Irão pode subjugar as outras variantes religiosas do Islão e não só, mas todos os movimentos que constituem clivagens no mundo dos países maioritariamente muçulmanos, tolerando apenas os credos que consideram inofensivos. Á semelhança do que tem acontecido às minorias Coptas, Judias, Católicas, Ortodoxas, Bah`ai, Drusos e mesmo à mais numerosa variante islâmica Sunita, elas têm sido perseguidas, ameaçadas e ostracizadas de forma violenta pelos Xiitas. A perseguição religiosa tem sido praticada sistematicamente pelas facções que detêm o poder no mundo islâmico. Na Síria ou no Irão, por exemplo, se um chefe de família judeu sair de um desses países e não regressar no prazo previamente estipulado, toda a sua família é feita refém. Inúmeros exemplos poderiam ser dados, como o caso dos católicos no Iraque ou no Irão, os drusos no Líbano e na Síria, ou os coptas no Egipto.

       A abertura da fronteira de Gaza com o Egipto, após Mubarak ser deposto, e a ausência de controlo efectivo de pessoas e bens nas regiões em convulsão, tem constituído uma das maiores ameaças à segurança de Israel e da ordem internacional no médio oriente. Os fluxos em massa de refugiados que transitam por estas regiões, ameaça e desequilibra não só a capacidade de resposta das estruturas locais existentes, bem como as dos seus vizinhos, sendo um dos destinos mais procurados a Europa. É nesta anarquia generalizada que se movem estruturas organizadas e financiadas pelo eixo Irão-Síria, que detém um conhecimento e uma rede de ligações organizada, experiente, influente e hierarquizada como sejam a Irmandade Muçulmana, o Hamas ou o Hizzballah. Por outro lado, a condenação pelos movimentos radicais islâmicos da morte de Bin Laden demonstra que existe uma forte identificação entre estes e a organização terrorista Al – Qaeda.

Israel, que no seu território congrega cidadãos de todos os credos, vai ter de se desdobrar em múltiplas tarefas. Manter a coesão interna, vigiar fortemente as suas fronteiras e reorganizar caso a caso a sua política externa, sem perder de vista a ameaça que constitui o eixo Irão-Síria, são as prioridades. Israel afirma estar preparado, tanto para uma terceira intifada que muitos previram que começasse no Nakba Day (“15 Maio Dia da Catástrofe”) para os palestinianos, bem como para um ataque nuclear de Teerão. E agora, Israel?



[1] Eretz Yisrael
(Heb. The land of Israel) A maximalist term used by some right-wingers to refer to the borders of the ancient kingdom of Israel which includes all of the West Bank and parts of Jordan in http://www.jewishvirtuallibrary.org/jsource/glossE.html